Veterinária de SP viaja
pelo interior do estado para castrar cães e gatos.
Em casos de falta de estrutura, carro vira consultório itinerante.
Claudia Silveira Do G1,
São Paulo
O sonho de consumo da
veterinária Amelia Margarido era um ter um jipão na garagem. No Dias das Mães do ano passado, ela se
deu uma Land Rover de
presente e pegou a estrada. Durante uma de suas viagens a mais de
que, com um pouco de criatividade, poderia usar o carro para suprir a
carência de atendimento veterinário em pequenas cidades do interior paulista,
sobretudo aquelas em que a população não dispõe de nenhum veterinário nas
proximidades.
Assim, surgiu o Veterinários na Estrada. Acompanhada
de outros colegas de profissão, Amélia improvisa um consultório médico onde
houver teto e parede. Se a cidadezinha visitada não tiver infra-estrutura,
não tem problema, ela monta uma espécie de tenda, criada especialmente para
ser usada com o jipão e onde há isolamento
necessário para fazer as cirurgias de castração, seu principal propósito
quando pega a estrada.
“Como o meu objetivo é ir aonde ninguém vai, não há a desculpa de que não tem
um lugar adequado para fazer o atendimento. É como um hospital de campanha em
situação de guerra: arma a barraca onde tiver espaço e pronto”, afirma a
veterinária que já viajou para Joanópolis e Igaratá, no interior de São Paulo, e para Maresias, no
litoral paulista. São Tomé das Letras, já
e a equipe de Amélia viajou.
“Na primeira vez que fomos lá, a gente não tinha nem energia elétrica”,
relembra. O pré-atendimento era feito na rua e só as cirurgias eram feitas na
cabana improvisada.
A última viagem dos veterinários foi para para Santa Bárbara, bairro rural de São Francisco
Xavier, um distrito que fica a quase
o aparelho celular fica sem serviço ou pega muito mal.
Mutirão da castração
A mobilização nas
cidadezinhas visitadas começa muito antes do jipão
chegar por lá, conta Amélia. Protetores de animais voluntários divulgam com
antecedência o mutirão da castração e tentam conscientizar a população, tanto
urbana como rural, da importância de esterilizar cães e gatos para evitar a
superpopulação desses animais pelas ruas.
O principal empecilho para a adesão total da população é a cobrança de uma
taxa para castrar os cães e gatos, que varia de R$
animal. As voluntárias contam que o dinheiro é usado para cobrir as despesas
com material cirúrgico, como lâminas, luvas, sedativo
e seringa e esterilização.
“Nós pensamos no bem-estar animal e na saúde pública, porque um cachorro ou
gato abandonado tem doenças e pode transmiti-las para qualquer pessoa”, diz a
professora aposentada Glória Marczik, moradora de
São Francisco Xavier e voluntária nos mutirões.
Em trabalho conjunto com a artista plástica Vera de Almeida, também moradora
da cidade, Glória preenche o “livro de ouro”, onde mantêm o controle do
dinheiro conseguido por meio de doações. Nesse caso, o dinheiro é usado para
comprar materiais cirúrgicos e cobrir as cirurgias de castração em animais de
quem não pode pagar.
“A gente faz de tudo e pede qualquer ajuda porque na zona rural há o hábito
de castrar os animais a sangue frio, sem anestesia, e não há qualquer cuidado
para evitar infecção”, conta Vera.
Mãos à obra
Na visita a São
Francisco Xavier, a equipe comandada pela veterinária Amélia tinha uma lista
com cerca de 70 animais para atender, entre cães e gatos. Os veterinários
tiveram a sorte de contar com a infra-estrutura de uma escola desativada. Em
uma sala eram realizadas as cirurgias e, em outra, ficava o atendimento
pré-cirúrgico e o pós-operatório, onde os animais são mantidos ainda sedados.
Se o objetivo inicial é a castração, o exame clínico que antecede a cirurgia
também serve para detectar outras doenças. Foi o caso de uma gata siamesa que
chegou para ser castrada, mas se constatou que ela tinha parasitas subcutâneos maiores que um caroço de feijão.
Em um mutirão o trabalho não pára. A faxineira Ângela Maria Gomes chegou cedo
para castrar a sua gata de estimação e os seis filhotinhos. “Eu falei para o
meu marido para guardamos dinheiro, mas eu só consegui o suficiente para
castrar a mãe e ia deixar os filhotes para depois. Mas me disseram que eu
podia vir, porque se dava um jeito”, conta Ângela, que ainda parcelou a
castração da sua gata Lili.
A técnica de castração usada pela equipe é conhecida como “do gancho”. A
veterinária Amélia explica que essa técnica é menos invasiva pois faz uma incisão pouco maior que
convencional chega a fazer uma incisão de
técnica e precisa ter o dom da cirurgia, assim como se precisa ter um dom
para escrever, atuar ou fotografar”, diz Amélia.
“A gente corta e invade o menos possível. É mais
econômico para o veterinário e menos doloroso para o animal, que também se
recupera mais rápido”, complementa a veterinária Anabela dos Santos, que
ressalta ainda a necessidade de ser um procedimento menos invasivo pois a
infra-estrutura costuma ser improvisada e o animal não terá o acompanhamento
pós-cirúrgico.
Como o próprio nome diz, os Veterinários na Estrada precisam voltar para
casa,
mas saem de cada cidade com a sensação de melhorar tanto a vida dos animais
quanto da população local.
Mais informações: http://www.veterinariosnaestrada.com.br/
Fonte: G1, acesso em 21/05/2009
Relacionadas
Mais procurados
comportamento felinos olimpíadas de paris 2024 Buiatria 17ª CNS crescimento caça esportiva empreendedorismo erradicação Automação atropelamento unidade regional protetor solar visitas saude animal Comissão de Resgate Técnico Animal e Medicina Veterinária de Desastres encontro de coordenadores idosos investimento morcegos derivados plenária
-
Horário de atendimento telefônico: de segunda a sexta-feira das 8h às 17h (sede)
Horário de atendimento presencial: de segunda a sexta-feira das 8h30 às 16h (sede)
Acesso Rápido
Contato
(11) 5908 4799
Sede CRMV-SP
Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo
Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0011-12
DPO do CRMV-SP: Zanandrea Freitas – zanandrea.dpo@crmvsp.gov.br