Zôo de São Bernardo tem programa para estimular instintos dos bichos

Um programa do Zoológico do Parque Estoril, em São Bernardo do Campo, no ABC, tenta quebrar a rotina dos animais que vivem no local. O objetivo dos biólogos é evitar o que chamam de “comportamentos estereotipados”, que podem causar estresse nos bichos.

“Aqui no zoológico, o animal tem uma rotina, ele ouve o barulho do tratador vindo com o carrinho e sabe que vai comer. E a natureza é cheia de surpresas, tem dias que ele não vai comer porque não achou alimento”, explica a bióloga Andréa Moraes Prado. As pesquisas para a implantação do Programa de Enriquecimento Ambiental no zoológico começaram há dois anos.

Uma das medidas é dificultar o acesso aos alimentos dos animais submetidos ao programa. “A gente coloca em um lugar mais alto ou em caixas, que ele precisa rasgar. Em vez de o animal comer em cinco minutos, ele vai demorar uma hora. Eles voltam aos instintos deles, que ficam meio adormecidos”, diz Andréa.

Os biólogos observam os animais antes de decidir qual “enriquecimento” aplicar. Ela cita o exemplo do cachorro-vinagre, que costumava andar em um circuito repetido antes de ser submetido ao programa. “Quando a gente faz enriquecimento, ele perde 45 minutos, 50 minutos, em outra atividade, como se ele estivesse caçando o alimento dele. Os dados são muito legais”, afirma.

Mas o programa não prevê apenas a mudança na forma como os animais recebem os alimentos. Os biólogos podem entender, por exemplo, que um bicho precisa de mudanças no ambiente em que vive para que ele se aproxime do habitat natural. “No caso dos catetos, descobrimos que eles estavam estragando o recinto porque fuçavam no solo e a gente fez um tanque de lama para eles”, conta.

A bióloga diz, no entanto, que é preciso saber dosar o enriquecimento, porque os animais podem se estressar ainda mais com a dificuldade de acesso ao alimento. Por isso, antes de o bicho ser submetido ao programa, ele passa por uma observação. O enriquecimento dura quatro semanas e, depois, os biólogos avaliam os resultados.

É importante, segundo a bióloga, que o enriquecimento não ocorra todos os dias. “Ele não pode virar uma rotina. Se eu colocar todos os dias, não é mais enriquecimento, mas rotina. Você tem que mudar também o jeito que faz”, diz. Andréa acredita que, até o fim do ano, o zoológico seja “100% enriquecido”.

Fonte: G1 (acessado em 27/11/09)

Relacionadas

matéria-site
CRMV-SP Orienta: agenda aberta de maio para palestras de liberação da cédula profissional
Homem e mulher felizes e com expressão de surpresa.
Imagem de freepik

Mais Lidas

Diagnóstico por imagem é uma das especialidades reconhecidas pelo CFMV
Crédito: Acervo CRMV-SP
Notebook com a tela inicial da Solução Integrada de Gestão do CRMV-SP (SIG CRMV-SP)
Responsável técnico é a figura central que responde ética, legal e tecnicamente pelos atos profissionais da empresa
Crédito: Freepik
Em São Paulo, a primeira instituição destinada ao ensino da Veterinária teve origem no Instituto de Veterinária, nas dependências do Instituto Butantan, no ano de 1919 Crédito da foto: Acervo Histórico/FMVZ-USP

Contato

(11) 5908 4799

Sede CRMV-SP 

Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo

Newsletter

Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0001-40