Até o fim deste mês, uma fiscalização em quintais de casas e terrenos baldios será iniciada em Votuporanga pelo Setor de Controle de Endemias e Zoonoses (Secez) da Secretaria Municipal de Saúde com o objetivo de determinar a retirada de galinhas e galinheiros que estejam em área urbana.
Segundo o veterinário Élcio Estevez Sanchez Jr., as aves e seu habitat estão entre as principais formas de disseminação e procriação do mosquito palha, transmissor da leishmaniose.
“Nas análises feitas pelo Instituto Adolfo Lutz, notamos que 70% dos cães doentes foram contaminados por mosquitos oriundos de galinheiros. A população precisa se conscientizar sobre os riscos à saúde causados por esse tipo de criação dentro do município. Agora, os galináceos deverão ser criados em locais apropriados como chácaras, sítios, fazendas”, explica o veterinário.
Cães que convivem num mesmo espaço com galinhas, pintainhos e demais galináceos tem maiores chances de adquirirem a doença. “Além disso, nossas equipes puderam constatar que cães que moram ao lado ou no fundo de domicílios onde existem galinheiros têm grandes chances de serem acometidos pela leishmaniose”, diz Sanchez.
Agentes do Secez e fiscais da Vigilância Sanitária vão realizar o processo de vistoria em domicílios e, se necessário, autuação, de acordo com o Código Estadual Sanitário, sob a Lei 12.342/78.
“Num primeiro momento, será realizada a notificação. Nesse período, o morador terá um prazo de dez dias para tomar as providências. Na segunda visita, caso seja constatada a insistência da criação, haverá autuação e na terceira inspeção, caso galinhas e galinheiros ainda estejam no local, o morador será multado. A multa prevista é de no mínimo R$ 200, dependendo do número de aves”, conta o veterinário.
Em Votuporanga, de janeiro deste ano até agora, foram contabilizados 81 casos de leishmaniose visceral canina entre os 413 suspeitos. Não há registro da doença em humanos. Os principais focos da doença estão entre os bairros Estação, Chácara Viação, Vila América, San Remo, Paineiras, Santa Luzia e Centro.
Dentro do Programa de Controle de Zoonoses, estão algumas medidas de controle da leishmaniose:
Cão
– uso de repelentes específicos para o mosquito da leishmaniose;
– coleiras que contenham deltametrina 4%;
– outros repelentes;
– realização de exames de sangue para diagnóstico da doença.
Mosquito
– colocação de telas em janelas ou fechar portas e janelas ao entardecer;
– retirada de galinhas dos quintais;
– limpeza de quintais com a remoção diária de folhas secas, frutos e fezes de animais.
Sintomas da doença em animais
Embora aparentemente sadio, o cão pode estar doente, uma vez que os sinais clínicos podem demorar a aparecer. Mesmo assim, é importante ficar atento caso o cão apresente sintomas da doença, como:
– apatia;
– pelo opaco evoluindo para queda e feridas na pele;
– queda de pelos (inicialmente ao redor dos olhos e nas orelhas);
– emagrecimento com apetite normal;
– lacrimejamento;
– conjuntivite purulenta;
– crescimento anormal das unhas;
– anemia;
– coriza
Os sintomas de prostração e apatia citados podem ou não estar associados.
Ações
Investigar os casos suspeitos de leishmaniose visceral humana e garantir o diagnóstico e tratamento adequado dos casos é dever do Setor de Controle de Endemias do município. Por isso, é necessário permitir o acesso de agentes sanitários em domicílios para exames dos cães e recolhimento dos que estiverem doentes para eutanásia.
Como medida de profilaxia da doença, a Prefeitura já realiza campanhas de castração e posse responsável. Para mais informações sobre a doença ou notificações de casos suspeito de leishmaniose visceral, a população deve entrar em contato com o telefone (17) 3405 9787 – ramal 9716 ou 9786.
Fonte: Região Noroeste.com (acessado em 09/06/2011)