Zootecnia: Câmara discute exercício da profissão

No dia em que se
comemora o profissional de Zootecnia, o Portal Agrolink
abre um debate sobre o Projeto de Lei que propõe o veto do exercício de zootecnista por engenheiros agrônomos e veterinários.
Segundo o autor da proposta, o deputado Zequinha Marinho (PMDB/PA), a
legislação que regulamenta a profissão (5.550/68) foi criada quando não
existia nenhum curso de Zootecnia no Brasil, e por isso estendia o exercício
a profissionais correlatos. De acordo com a assessoria da Comissão de
Agricultura da Câmara dos Deputados, Marinho defende que a Lei deveria ser
provisória, mas tornou-se permanente e atualmente, com expressivo número de
profissionais formados nas mais de 60 faculdades que oferecem o curso no
País, a situação se torna constrangedora. “Com a evolução natural dos
conhecimentos científicos em torno da Zootecnia, torna-se muito difícil
admitir que agrônomos e veterinários possam prestar serviços com toda
segurança e habilidade técnica para a sociedade nessa área”, diz o deputado.
O tema foi foco de audiência pública no último dia 5, a pedido do deputado
Nazareno Fonteles (PT/PI). A Comissão de
Agricultura da Câmara Federal recebeu representantes do Ministério da
Agricultura (Mapa), da Associação Brasileira de Zootecnistas
(ABZ), do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e da Sociedade
Brasileira de Medicina Veterinária (SBMV), para debater o Projeto de Lei.
Segundo a assessoria de imprensa da Comissão de Agricultura, os deputados são
contra a limitação no exercício das profissões de engenheiro agrônomo e de
veterinário na área de zootecnia. Para os deputados os resultados alcançados
no agronegócio brasileiro até hoje se devem à cooperação desses profissionais
que atuaram de forma competente também como zootecnistas,
e o futuro do setor depende do mesmo empenho e atuação.
Para o assessor do gabinete da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa,
Fernando José Ferreira da Silva, o número de zootecnistas
qualificados existente no Brasil é insuficiente para atender a demanda do
mercado, o que acarretaria repercussões negativas até mesmo dentro da Embrapa
e outras entidades.
O deputado Onyx Lorenzoni
(DEM/RS) menciona que as áreas de atuação das três profissões são conjuntas e
complementares e que por isso não devem ser restringidas a uns ou a outros.
"Ao invés de se apartar, precisamos continuar de mãos dadas para
alavancar a agropecuária brasileira", avaliou.
Para o deputado Afonso Hamm (PP/RS), a profissão de zootecnista
tem contribuído de forma decisiva e profissionalmente nos mais diversos
pontos do Agronegócio. “O zootecnista tem atuante
destaque nas áreas de pesquisas, extensão rural, Embrapa, universidades e em
outros órgãos”, frisa. Hamm, que é engenheiro agrônomo, é contra a limitação
no exercício das profissões de agrônomo e veterinário na área de zootecnia.
Ele destaca a importância desses profissionais para os resultados do
agronegócio e na economia brasileira. “Os profissionais dessas áreas atuam de
forma competente e por isso não devemos restringir a atuação e dessa forma,
não compromete o futuro do setor”, sinaliza. “A garantia de um emprego não
depende somente da especialização, mas sim da competência e do
aprofundamento, seja do veterinário, do agrônomo ou do zootecnista",
observa.
a professora Célia Carrer,
chefe do Departamento de Ciências Básicas da Faculdade de Zootecnia e
Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo e representante da ABZ,
defende
a aprovação da mudança. Segundo ela, faria justiça aos zootecnistas e possibilitaria melhor atendimento à
sociedade. O curso de zootecnia tem conteúdos específicos e que são
contemplados em apenas 12% dos cursos de veterinária e agronomia do Brasil. Carrer considera imoral permitir a titulação de zootecnista a outros profissionais.
De acordo com o presidente da Comissão Nacional de Ensino da Medicina
Veterinária, Rafael Mondadori, atualmente existe
pouco mais de 11 mil zootecnistas filiados ao
Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), dos quais apenas 7.618 são
atuantes. Na avaliação do profissional, esse número é incapaz de atender a
demanda do País.
Para o Zootecnista Deodoro Gaspary
Dornelles, o PL minimizaria as várias situações que o zootecnistas
enfrentam. “O zootecnista
possui quatro anos de pura zootecnia, enquanto que o médico veterinário e o
engenheiro agrônomo apenas algumas horas. Este projeto viria de encontro aos
anseios da classe, acredito muito, cada um no seu lugar com honestidade e
competência”.
O PL aguarda o parecer do deputado Nazareno Fonteles
(PP-Piauí), também vai passar para Comissão de Constituição e Justiça,
conforme a tramitação vai a plenário para votação.
Segundo Dornelles, hoje o mercado de trabalho nesta área esta se moldando ao
perfil do profissional, desde que este esteja bem preparado, de forma
humanizada e realista, para as necessidades permanentes e não para
necessidades ocasionais. “Jamais o mercado dará as costas a uma boa
iniciativa ou a execução de um sonho pessoal. O importante é fazer e
justificar o porquê”.
Aos colegas de profissão, Dornelles deixa seu recado. “Que sejam verdadeiros
profissionais, sejam criativos, inovadores e trabalhem dentro da ética de
maneira que ele encontre na sociedade em que vive o seu trabalho reconhecido
e duradouro”.
O dia 13 de maio foi consagrado como “Dia do Zootecnista
em alusão à criação da Faculdade de Zootecnia de Uruguaiana (RS), a primeira
a implantar o curso no Brasil, em 1966, tendo como idealizadores os
professores Octavio Domingues e José Francisco Felice. A regulamentação da
profissão data de 1968 (Lei 5.550/68) e classifica o zootecnista
como o profissional das ciências agrárias, responsável da produção racional
de animais domésticos ou daqueles em domesticação (silvestres).
Fonte: Portal Agrolink, acesso em 13/05/2009

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