Uma das várias frentes de atuação em que um zootecnista pode exercer a profissão a da gestão se destaca. Com ela, o profissional auxilia empresas dos mais variados segmentos a conduzir os negócios com olhar técnico e estratégico.
“O grande filão da profissão é a gestão. Convencido disso, o mercado valoriza e remunera bem o zootecnista que trabalha como gestor”, afirma o Prof. Dr. Celso da Costa Carrer, docente na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA-USP) e membro da Comissão Técnica de Políticas Públicas do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
Um dos palestrantes no I Encontro de Zootecnistas do Estado de São Paulo, que será realizado pelo Conselho, dia 18 de maio, Carrer conta que os zootecnistas mostraram a capacidade que têm de gerenciar, seja no campo dos negócios ou na área de marketing, contando com diferenciais da profissão.
“O zootecnista alia olhar e conhecimento técnicos da Zootecnia à gestão, o que o torna um profissional muito mais estratégico para os resultados em empresas do setor do que, por exemplo, um gestor da área administrativa”, enfatiza Carrer.
Nesse contexto, o profissional direciona planejamento e tomada de decisões fundamentais para os negócios, sejam eles na indústria, nas vendas ou na fazenda. “Assim, todos os campos tradicionais da Zootecnia, como a nutrição, o melhoramento genético, as culturas – desde abelhas até búfalos –, são permeados pela atuação na gestão”, afirma o zootecnista.
Demanda mundial
A Nutrição é uma das áreas tradicionais que está em evidência, justamente por estar relacionada à grande demanda mundial por alimentos de origem animal, à necessidade de processos cada vez mais sustentáveis com a redução de impactos ambientais e as exigências do consumidor quanto à garantia do bem-estar dos animais.
“Para atender aos critérios para exportação e necessidades nas transações em território nacional, o mercado requer condutas que resultem em qualidade e viabilidade econômica, aspectos atendidos a partir do trabalho de equipes que incluem zootecnistas”, comenta a Dra. Ana Cláudia Ambiel, zootecnista da Comissão Técnica de Ensino e Pesquisa da Zootecnia do CRMV-SP, presidente da Comissão Nacional de Educação em Zootecnia do CFMV, que também participará do Encontro.
(Ana Cláudia Ambiel)
Reflexo positivo
Essa atuação se reflete no agronegócio brasileiro que, de acordo com informações divulgadas, em janeiro deste ano, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2017, somou US$ 96,01 bilhões em exportações, o que representa um crescimento de 13% em relação a 2016 e 44,1% do total das vendas externas feitas pelo Brasil.
Carrer considera que a Zootecnia tem papel estratégico nesse cenário. “Nos últimos 20 anos, as cadeias produtivas passaram por mudanças pragmáticas, para atender as demandas do mercado, que foram possíveis com uma forte contribuição dos profissionais.”
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