Consumidores mais exigentes, critérios rígidos de países importadores de carnes brasileiras e a necessidade mundial de práticas mais sustentáveis. Esses são fatores que demandam cada vez mais investimentos em recursos e profissionais visando o bem-estar dos animais de produção.
Nesse âmbito, os zootecnistas têm entre os desafios a serem driblados o de desmistificar a ideia de que investir no bem-estar gera impactos negativos nos lucros. “Precisamos quebrar essa barreira, desenvolvendo trabalhos que gerem a informação correta e alcancem os produtores que ainda possuem essa visão em seus negócios”, comenta a zootecnista Andrea Roberto Bueno Ribeiro.
A zootecnista ministrará a palestra “Melhores Práticas para o Bem-Estar Animal na Pecuária Brasileira: exemplos, aprendizados e pesquisas recentes”, no I Encontro de Zootecnistas do Estado de São Paulo, que será realizado, no próximo dia 18, pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
Andrea considera fundamental que os profissionais fomentem as apostas em alternativas de sistemas que permitam bem-estar animal e lucratividade. “O Brasil tem grande importância no mercado mundial da Pecuária. Mas mais do que em quantidade, os produtores brasileiros precisam investir em qualidade, com sistemas produtivos eficientes, seguros, sustentáveis e que levem em conta o bem-estar dos animais.”
Áreas agregadas
No que diz respeito à implementação de técnicas de manejo que melhorem o bem-estar e a qualidade de vida dos animais de produção, são evidenciados avanços a partir dos saberes de diferentes campos da Zootecnia.
“São muitas áreas envolvidas e o zootecnista tem uma visão sistêmica de todos os processos da produção para trabalhar com foco no bem-estar”, afirma a zootecnista Ana Cláudia Ambiel, integrante da Comissão Técnica de Ensino e Pesquisa da Zootecnia do CRMV-SP e presidente da Comissão Nacional de Educação em Zootecnia do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
Contribuição
Os resultados obtidos a partir dos trabalhos de Melhoramento Genético permitem a seleção de animais de temperamento menos reativo, o que reduz as chances de que eles sofram durante ações de transporte e manejo.
Da mesma forma, a Zootecnia de Precisão, com uso de recursos tecnológicos focados nas necessidades e conforto dos animais, contribui para aumentar a qualidade dos ambientes em que a criação é mantida.
Nutrição
Nesse contexto também entra a área de Nutrição. “Com o trabalho dos zootecnistas que atuam nesse segmento, há o desenvolvimento de dietas que atendem não apenas as exigências nutricionais, mas também as necessidades comportamentais do animal”, frisa a zootecnista Andrea Roberto Bueno Ribeiro.
Para o zootecnista Celso da Costa Carrer, que ministrará a palestra “Empreendedorismo e Inovação no Agronegócio Brasileiro”, no I Encontro de Zootecnistas do Estado de São Paulo, o conceito de bem-estar animal é antigo e vem sendo trabalhado fortemente também pela expertise em gestão dos zootecnistas, que auxiliam a empresa a ampliar sua visão de negócio, esclarecendo sobre a importância do conceito para a produção.
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