Angústia, enxaqueca, insônia, ansiedade, irritabilidade, pessimismo e sensação de exaustão completa no trabalho. Esse conjunto de sintomas tem nome: Síndrome de Burnout. O termo em inglês indica esgotamento e está associado a um estado de estresse crônico misturado a depressão. Preocupação mundial, a síndrome está incluída na 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como um fenômeno ocupacional.
Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, refere-se especificamente a fenômenos relacionados ao excesso de trabalho e não é aplicada para descrever experiências em outras áreas da vida. Essa síndrome já havia sido incluída anteriormente na CID-10, na mesma categoria.
Embora estivesse anteriormente associada a profissionais que experimentam estresse elevado, como policiais e bombeiros, atualmente, esse esgotamento pode ser identificado em qualquer área de atuação. Quando a profissão envolve saúde e, consequentemente, a cobrança por salvar vidas, a situação pode piorar.
Por lidarem com a morte cinco vezes mais que os demais profissionais da saúde, devido à expectativa de vida de um animal, os médicos-veterinários são mais suscetíveis a doença. Estudo realizado na Inglaterra apontou que eles têm quatro vezes mais chances de tirarem a própria vida do que a população geral e o dobro de chances entre outros da área de saúde.
Dados do Sistema de Informação de Mortalidade do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do período entre 1980 e 2007, mostram que a Medicina Veterinária foi a profissão com maior taxa média de suicídio por ocupação e risco ocupacional. Os números apontam risco 225% maior.

Quadro agravado
Sintomas da fadiga por compaixão também merecem atenção, pois podem intensificar a síndrome de burnout em profissionais da Medicina Veterinária. A doença é resultado de um processo cumulativo e se desenvolve devido a mal-estar emocional prolongado pelo contínuo e intenso contato com os pacientes.
Enquanto o burnout pode ser resultado da insatisfação pessoal e com o ambiente de trabalho, a fadiga por compaixão refere-se à exaustão emocional, com reflexos psicossomáticos, como perda de memória, pensamentos negativos, sentimentos de medo, tristeza e raiva, cefaléias, hipertensão e dificuldades para dormir, entre outros.
