Como alimento para o futuro, há quem aposte em uma culinária que já está bastante presente na mesa de países africanos e asiáticos: os insetos. Estudos mostram que, além de benefícios nutricionais, essa é uma alternativa sustentável e viável, que pode ser a chave para a erradicação da fome.
O zootecnista Gilberto Schickler, criador das empresas Nutrinsecta, primeira empresa brasileira especializada na produção em massa de insetos comestíveis, e da BombyxBugs, produtora de lagartas vivas de bicho da seda para alimentação animal, explica que os insetos têm baixo custo de produção e ciclo de vida.
“Atualmente, cerca de 200 espécies de insetos são comestíveis, como moscas, grilos, gafanhotos, bichos da seda e até mesmo as aranhas caranguejeiras. As pesquisas sobre tecnologia e ganho de escala estão em pleno desenvolvimento e este mercado tende a ser cada vez mais disputado”, enfatiza o zootecnista.
Os insetos poderão ser um alimento de origem animal que contém todos os nutrientes necessários aos seres vivos, inclusive as fibras. “Apesar da quitina não ser digerida, essa fração tem papel fundamental no trânsito gastrointestinal dos alimentos”, conta Schickler
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(Gilberto Schickler)
Estágio embrionário
No Brasil, os poucos produtos de insetos comestíveis são artesanais, para consumo animal e venda local. Entretanto, algumas espécies já são utilizadas há tempos na produção de alimentos industrializados.
Um exemplo é a Cochonilha, inseto conhecido por atacar plantações, utilizado no desenvolvimento do corante natural carmim, adicionado a inúmeros produtos, desde iogurtes e sorvetes a sucos, refrigerantes e biscoitos.