A partir de abril, o sistema informatizado Gestão de Defesa Animal e Vegetal (Gedave) contará com funcionalidade para controle da brucelose e tuberculose. Por meio da plataforma, o produtor poderá cadastrar e acompanhar a situação sanitária de seu rebanho e emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA) com a finalidade de reprodução e para eventos de concentração de animais, quando se faz necessário o exame negativo dessas doenças.
De acordo com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária, a ideia é dar mais agilidade ao produtor e, portanto, tornar o controle de sanidade mais eficaz. “Inclusive, vai eliminar qualquer possibilidade de fraude, como rasuras em data de validade, já que o Gedave é um sistema informatizado da Secretaria da Agricultura e Abastecimento”, afirma Otávio Diniz, conselheiro efetivo e presidente da Comissão Técnica de Equideocultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
Para Odemilson Donizete Mossero, vice-presidente do CRMV-SP e presidente da Comissão Técnica de Saúde Animal, a funcionalidade é uma ferramenta a mais no controle das doenças, “além da própria dedicação do produtor em seguir as regras preconizadas pelo serviço oficial de acordo com a legislação, o que garante não só a sanidade de seu rebanho, como a saúde dos humanos que têm contato com esses animais, já que são zoonoses importantes”.
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(Otávio Diniz)
Erradicação
Segundo a Coordenadoria de Defesa Agropecuária, o objetivo é trabalhar para que, em um futuro próximo, caminhe-se para a erradicação tanto da brucelose quanto da tuberculose. “O controle faz parte da metodologia sanitária implantada dentro do Gedave, mas são doenças de difícil erradicação. O importante é controlar a ocorrência diminuir ao máximo sua incidência dentro do plantel”, ressalta Diniz.
Mossero destaca ainda que os índices de vacinação vêm aumentando a cada ano e, portanto, “estamos numa fase importante do programa, mas precisamos seguir para chegarmos à meta final que é a erradicação”, alerta.
Papel do médico-veterinário
Pivô central de todo o processo, o médico-veterinário é fundamental para o sucesso de qualquer tipo de programa sanitário. “Ele controla a emissão e o recebimento de documentos. Dentro das propriedades produtivas não só do estado de São Paulo, mas em qualquer lugar do mundo, a presença do profissional é imprescindível para que tudo ocorra em concordância com as normas técnicas e legislações”, enfatiza Diniz
Mossero ressalta que o médico-veterinário também é um educador do ponto de vista sanitário. “O profissional deve estar sempre muito bem orientado com relação às regras para transmitir ao produtor e às pessoas envolvidas a forma correta de lidar com essas doenças. Portanto, ele faz parte dessa engrenagem”, conclui.