Viajantes que vão ao exterior com seus animais de estimação correm o risco de trazer doenças capazes de contaminar o plantel brasileiro. O alerta é da Coordenação de Trânsito e Quarentena Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atenta à movimentação mais intensa do trânsito de pets, em julho, no período de férias.
O risco não ocorre com cães e gatos, mas com papagaios, periquitos, canários e calopsitas. De acordo com a médica-veterinária Fernanda Ferreira e Castro, são doenças como a influenza aviária ou Newcastle que podem afetar esses animais e que podem trazer riscos para a produção avícola nacional. “É um risco sanitário real o retorno desses animais para o território brasileiro.”
Fernanda explica ser fácil o procedimento de levar o animal de estimação para o exterior, mas que difícil é a volta, quando o pet deverá passar obrigatoriamente por quarentena. “Um animal de companhia, especificamente uma ave, pode ficar quarentenada na residência do proprietário, no caso em que não há caráter comercial envolvido. No entanto, é preciso avaliação prévia”, explica.
É importante destacar que, no momento em que o tutor do animal procurar a Superintendência Federal de Agricultura do estado para onde retorna, é necessário designar um médico-veterinário responsável pela quarentena.
Quarentena
Fernanda lembra que o tutor deverá estar ciente do isolamento do animal nesse período. No momento da entrada no Brasil, os fiscais do sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) colhem amostra para testes laboratoriais e a ave é liberada somente após sair resultado negativo dos testes. Se a quarentena não for possível na casa do tutor outra pode ser indicada, mas a adequação do local também será avaliada.
Caso o local indicado para quarentena não for aprovado pelos fiscais do Vigiagro, a única alternativa será o isolamento na Estação de Cananéia, em São Paulo, quarentenário oficial do Ministério da Agricultura. “Mais uma vez alertamos para que a programação da viagem seja feita com bastante antecedência. Não é fácil conseguir vaga em Cananéia”, adverte Fernanda.