Neste período do ano, começam os preparativos para as comemorações, férias e viagens, ainda que com as restrições da pandemia de Covid-19. O planejamento deve incluir os cuidados com os pets. E o primeiro item na lista, quando se trata de animais domésticos, é uma visita ao médico-veterinário.
“A avaliação e a orientação de um profissional é fundamental para promover o bem-estar do animal”. É o que afirma o médico-veterinário Otávio Verlengia, membro da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais (CTCPA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
Com as recomendações, previnem-se reações como hipertermia, insolação e desidratação, aponta Eduardo Pacheco, também integrante da CTCPA do CRMV-SP. “O excesso de calor pode trazer sérias consequências, inclusive com risco de óbito. São sinais: ofegância, salivação excessiva, taquicardia, respiração acelerada, prostração, desidratação, evoluindo para síncope e até convulsões”, alerta.
Além da intermação, que consiste no aumento exagerado da temperatura corporal, algumas doenças são mais comuns nesta época do ano, como intoxicação alimentar por chocolates, frutas ácidas e demais alimentos caseiros; gastroenterites; infestação por ectoparasitas (puliciose e ixodidiose); e verminoses em geral. Também é preciso cuidado com a dirofilariose e a leishmaniose.
Perigos do calor para os pets
Segundo Verlengia, os cães são os que sofrem mais com as altas temperaturas, já que os gatos dormem bastante durante o período mais quente e evitam passear e fazer esforço físico. “Durante o dia é bom ter um lugar arejado para os animais ficarem, evitando deixá-los em um quintal que pega muito sol. Eles precisam de uma área de descanso com sombra e circulação de ar”.
Para Pacheco, com alguns cuidados simples é possível assegurar o bem-estar dos pets nos meses mais quentes do ano. “O tutor deve evitar passeios e caminhadas nas horas mais quentes do dia, a fim de evitar queimaduras nos coxins do pet; manter banho e tosa em dia; não colocar roupas quentes; e deixar água fresca sempre à disposição – se possível em mais de um local da casa”, indica.
Dicas refrescantes
Sobre o horário do passeio, Verlengia recomenda avaliar bem antes de sair de casa. “O ideal é passear antes das 9h da manhã e depois das 20h, conforme o tempo estiver no dia, não só pelo risco de queimaduras nas patas, mas porque os animais caminham muito mais perto do chão, onde o calor e o mormaço são ainda maiores”, adverte.
“Uma coisa legal para fazer durante o verão é congelar pedacinhos de frutas – evitando as frutas ácidas, e jogar para o cão brincar com o gelo e ainda comer a fruta, assim ele se distrai. Isso também pode ser feito com água de coco congelada”, sugere o médico-veterinário.
Proteção em dia
Os médicos-veterinários alertam que, além dos cuidados com as altas temperaturas, também é preciso estar com as vacinas e a proteção antiparasitária em dia, prevenindo, inclusive, parasitas de maior incidência no verão, como pulgas e carrapatos.
“Para evitar ou minimizar a chance de acometimento das doenças comuns a época recomenda-se administrar vermífugo e antiparasitário, fazer uso de coleiras repelentes, manter o animal sempre hidratado, e não fornecer alimentos caseiros. Qualquer alteração que o animal apresente, o tutor deve procurar um médico-veterinário”, aconselha Pacheco.