Ioga com cachorro é a mais nova moda nos EUA

Em Chicago, Kristyn
Caliendo se inclina para frente com um Jack Russel Terrier ao redor de seu
pescoço. Em Manhattan, Grace Yang faz a postura do guerreiro enquanto
equilibra um Shih-Tzu em sua coxa. E em Seattle, Chantale Stiller-Anderson
pratica uma asana, exigindo que ela se estique de lado por cima de um vizsla
de 23,5 kg.
Chame isso de torção iogue: cachorro invertido não é mais apenas para
humanos. Ridículo? Possivelmente. Munição para aqueles que acham que donos de
cachorros levaram a ioga longe demais? Talvez. Mas por todos os EUA, as aulas
de "doga" – ioga com cachorros, como estão sendo chamadas – estão
aumentando em número e popularidade. Desde que Caliendo, instrutora
certificada de ioga de Chicago, começou a ensinar doga há menos de um ano,
suas aulas dobraram de tamanho.
Nem todo mundo na comunidade da ioga está confortável com isso. "A doga
corre o risco de banalizar a ioga, transformando uma prática de 2.500 anos em
mania", disse Juli Lawrence, 60 anos, instrutora e proprietária de uma
academia em Portland, Oregon. "Viver em harmonia com todos os seres,
inclusive os cachorros, é verdadeiramente um princípio iogue. Mas a aula de
ioga talvez não seja o lugar mais apropriado para expressar isso."
Apropriado ou não, é assim que funciona: a doga combina massagem e meditação
com alongamento suave para cachorros e seus parceiros humanos. Na chaturanga,
cachorros se sentam com as patas dianteiras no ar enquanto seus parceiros
humanos fornecem apoio. Em uma "postura da pata ascendente", ou
saudação ao sol, os donos levantam seus cachorros para ficarem sobre suas
patas traseiras. Em uma posição de relaxamento, a pessoa reclina com suas
pernas levemente arqueadas sobre o torso do cão, como uma almofada, para
aliviar a pressão sobre a coluna.
Os instrutores de doga não precisam de certificação completa, embora existam
seminários de treinamento de professores, como o de Brenda Bryan, 43,
instrutora de ioga e doga em Seattle, que escreveu um livro sobre o tema. Em
geral, os instrutores aprendem informalmente, por meio do compartilhamento de
técnicas. Orientando essas técnicas, está uma filosofia mutuamente acordada,
embora não oficialmente: como cães são animais sociais, eles são a escolha
natural para a ênfase da ioga na união e conexão com outros seres.
Yang, 39, analista financeira de Manhattan, frequenta aulas de doga há mais
de um ano. Segundo ela, embora seu Shih-Tzu de 4,5 kg, Sophie, tenha
ajudado em seus alongamentos fornecendo um peso extra, a principal razão que
a faz ir é a criação de um vínculo com sua cachorrinha. "Sempre saio com
um sorriso", disse.
Esses sorrisos pós-doga custam entre US$15 e US$25 por aula. Se é uma pechincha
ou um abuso depende de como – e por que – a aula é ministrada. Paula Apro,
40, de Eastford, Connecticut, dona de uma loja virtual de produtos para ioga,
experimentou uma aula perto de casa no último verão americano. "Um
animal de pelúcia – que nem mesmo era da forma de um cachorro – era usado
pelo instrutor", disse. Os donos dos animais de verdade se esforçavam
para fazê-los repetir as posturas do de pelúcia, ela disse, e sacos de
petiscos eram usados para fazer com que os cachorros mudassem de posição.
"Era loucura", lembrou Aprou. "Peanuts, meu greyhound corredor
aposentado, nunca cooperava. Ao invés disso, eu fazia o cachorro invertido
enquanto ele comia mais petiscos do que nunca em um período de 60
minutos."
Caliendo afirma que essas histórias são exceção. Ela oferece sua aula em
parceria com o spa veterinário Royal Treatment de Chicago, que é
especializado em cuidados animais holísticos. "A doga não é de forma
alguma para ensinar aos cachorros truques bobos", disse. "Os cães
nunca são manipulados para ficarem em qualquer tipo de posição."
As aulas de Caliendo se concentram em posturas e massagem para os cães,
destinadas a melhorar a digestão e a função cardíaca, e em posturas para
pessoas que enfatizam a redução de estresse e melhoria do bem-estar.
Bryan, a escritora de Seattle, disse: "É uma nova área, por isso, pode
haver confusão sobre o que é ou não a doga." Suas aulas são flexíveis e
repletas de humor. "Quem se importa se todo mundo está na mesma direção
e faz exatamente a mesma coisa?", disse. "Além disso, a risada é
espiritual."
Bryan disse que algumas de suas primeiras aulas foram um desafio. "Eu
era totalmente nova nisso, e em uma aula, tinha um cachorro que não parava de
latir", disse. "Então, lá estava eu, tentando desesperadamente
parecer tranqüila e calma, mas por dentro mandando ele calar a boca. Esse foi
um momento de mudança para mim. Quer dizer, aquilo era um cachorro. Além do
mais, ele estava se divertindo como nunca."
Kari Harendorf, 38, ensina doga em Manhattan. "Os empregos estão desaparecendo",
ela disse. "Os pagamentos de hipoteca estão avultantes. Tudo está
mudando, mas seu cachorro continua leal. Então, por que não passar um tempo
juntos?"
Harendorf associa a ioga a reduções nos hormônios do estresse, como cortisol,
e pressão sangüínea. "As pessoas sempre me perguntam se cachorros
precisam de ioga", disse. "Eu respondo, ‘não, você precisa de ioga.
Mas seu cão precisa de sua atenção e formar um elo com seu animal de
estimação é algo bom para sua saúde’."
Ela está dizendo algo que muitos donos de cachorros já sabem: se não fosse
por seus bichos, muitos nunca fariam caminhadas diárias no parque. Por
extensão, é fácil entender como levar seu cachorro à doga pode ser uma forma
infalível de fazer certas pessoas também praticarem ioga.

Fonte: Portal Terra, acesso em 13/04/2009

Relacionadas

Imagem de freepik
Imagem de mulher sorridente segurando telefone ao lado dos dizeres: Semana do Zootecnista. Inscreva-se.
homem careca de cavanhaque usando jaleco branco e escrevendo em uma pasta, dentro de um curral.
mão colocando envelope rosa dentro de uma urna de votação de papelão.

Mais Lidas

Diagnóstico por imagem é uma das especialidades reconhecidas pelo CFMV
Crédito: Acervo CRMV-SP
Notebook com a tela inicial da Solução Integrada de Gestão do CRMV-SP (SIG CRMV-SP)
Responsável técnico é a figura central que responde ética, legal e tecnicamente pelos atos profissionais da empresa
Crédito: Freepik
Em São Paulo, a primeira instituição destinada ao ensino da Veterinária teve origem no Instituto de Veterinária, nas dependências do Instituto Butantan, no ano de 1919 Crédito da foto: Acervo Histórico/FMVZ-USP

Contato

(11) 5908 4799

Sede CRMV-SP 

Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo

Newsletter

Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0001-40