A Bahia já tem o maior
número de mortes em razão da dengue de sua história: são 51 em 2009. Mais da
metade dos mortos tem menos de 15 anos e não teve contato com a dengue tipo 2, que desde 1996 não circulava com força no Estado.
Até o dia 9 de maio, foram notificados 68.959 casos de dengue, aumento de
173% em relação ao mesmo período do ano passado.
A diretora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde, Alcina
Andrade, diz que o recorde de mortes e a epidemia de dengue se devem a três
fatores principais: deficiência na infra-estrutura, com a presença de bacias
de água em casas, por exemplo, a descontinuidade na prevenção por meio de
agentes, por causa do ano eleitoral, e a vulnerabilidade da população.
"Os agentes são contratados pelos municípios. Quando muda a gestão, há
uma desaceleração no trabalho de campo".
Os casos se concentram nos municípios de Itabuna, Jequié, Ilhéus, Porto
Seguro, Salvador e Feira de Santana, com 50% das notificações do Estado. O
recorde anterior da Bahia, de 39 mortes, foi registrado em 2002, ano da maior
quantidade de casos de dengue no Estado: 87.237.
Para Andrade, a dengue é cíclica e atinge determinada região com mais força a
cada ano. "A cada período de verão você vai falar com um coordenador de
vigilância de um Estado", afirmou.
"A epidemia desse ano é a mesma que ocorreu no Rio de Janeiro no ano
passado, com a presença forte do sorotipo tipo 2,
porque os tipos 1 e 3 circularam mais recentemente e a população tem
imunidade."
Segundo a diretora, a tendência é que os casos diminuam a partir deste mês.
"Se a mobilização continuar, provavelmente não vamos atingir os casos de
2002", afirmou Andrade.
Fonte: Folha Online, acesso em 22/05/2009