Pesquisadores japoneses
anunciaram nesta quarta-feira (27) a criação de um macaco transgênico. É a
primeira vez que a alteração genética feita na espécie é transmitida aos
filhotes.
Como resultado da manipulação, a pele desses primatas passa a emitir uma luz
verde fluorescente quando exposta à luz ultravioleta. Os resultados obtidos
com o sagui-comum (Callithrix
jacchus), animal nativo do Brasil, poderão abrir
novos caminhos nas pesquisas médicas, segundo os cientistas.
"Grandes avanços em pesquisas pré-clínicas poderão ser obtidos com esses
modelos", afirma o grupo de pesquisa, ligado à Universidade Keio.
Um dos caminhos, por exemplo, é simular nos macacos doenças graves que
atingem os humanos, como o Parkinson.
A inserção de um gene que codifica a proteína verde fluorescente, famoso biomarcador que rendeu até um Nobel aos seus
descobridores, ocorreu diretamente nos embriões.
Ao todo, sete macacos receberam o material geneticamente modificado. No
total, nasceram cinco filhotes com o gene da proteína verde. Mas em apenas
dois deles a modificação chegou até as células reprodutivas, o que significa
que os filhotes desses embriões também terão a alteração genética.
Apesar do sucesso do experimento, divulgado hoje na revista "Nature", ele não deixa de ser polêmico, como reforça
a publicação em seu editorial. O grande temor com técnicas como essa, dizem
aqueles que são contra esses estudos, é que elas possam, um dia, serem usadas
direto nos seres humanos.
Fonte: Folha Online, acesso em 28/05/2009