Enquanto uma vacina não chega ao pecuarista, tentam-se várias maneiras empíricas de erradicar o problema. Uma das mais usuais – e que nem sempre funciona, segundo o pesquisador-doutor e biólogo Antônio Carlos de Freitas, que participa do grupo no Instituto Butantã, é a autovacina.
“Faz-se a autovacina coletando-se algumas verrugas do animal e macerando-as com uma solução especial. Esta mistura tem, em seguida, os vírus inativados, filtrados e reinjetados no animal, que passaria a produzir anticorpos”, explica. Nem sempre a autovacina funciona, porque o animal pode ter sido infectado por mais de um tipo de papilomavírus e, casualmente, nas verrugas coletadas não haver todos os tipos. “Além disso, o sistema imunológico do animal pode não ser suficientemente estimulado. Assim, apenas algumas verrugas somem e outras não.” Além disso, mesmo que a autovacina contenha todos os tipos de vírus, na maceração ou inativação pode-se alterar algumas proteínas dos vírus e “enfraquecer” o poder justamente daquela proteína responsável por provocar uma resposta do sistema imunológico. “Aplica-se um macerado inócuo, que não tem os ingredientes necessários para imunizar o animal.” Já a extirpação das verrugas é um paliativo. “O vírus continua no bovino e pode ser transmitido.” Há, ainda, soluções sem origem comprovada, como colocar um anel de cobre na tábua do pescoço do bovino.
Fonte: Estado de S. Paulo, 02/09/2009