Problema se manifesta em todo o corpo do animal

Para o professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, Eduardo Harry Birgel Júnior, não é possível estimar, com precisão, o impacto econômico da papilomatose no rebanho brasileiro. “Se as verrugas forem em pequena quantidade e isso não afetar o produtor, o problema não é considerado prioritário e o custo de tratamento não compensa. A doença só é tratada se provoca quebra na produção de leite ou de carne”, diz o professor. “Estima-se que de 25% a 50% dos rebanhos estejam infectados”, calcula ele, embora o Laboratório de Genética do Instituto Butantã dê conta de que essa contaminação chegue a 60% do rebanho.
As formas clínicas da papilomatose, explica Birgel Jr., são classificadas conforme o aspecto das lesões. A forma fungiforme é observada com mais frequência em bezerros ou bovinos jovens e acomete, principalmente, a região da cabeça, pescoço e barbela. “Este tipo de papiloma é facilmente arrancado, mas provoca sangramento do local.” A forma filiforme, espalhada pelo corpo do animal, afeta pernas, abdômen e úbere. “Esta forma clínica é mais comum em animais adultos”, diz. Já a forma plana acomete o úbere normalmente de animais adultos.
Segundo Birgel Jr., por enquanto, não há nenhum tratamento efetivo. “Há drogas, pasta cáustica, autovacina, além de tratamentos que surgiram empiricamente”, diz. “O que é certo é que quando existem muitos tratamentos para um só problema significa que nenhum funciona 100%.” A falta de padronização de tratamentos é atribuída pelo professor ao fato de a papilomatose ser uma doença autolimitante. “Num intervalo de 1 a 12 meses, há a queda natural dos papilomas.” Em casos de contaminação, a recomendação do Departamento de Clínica Médica da FMVZ-USP é isolar o animal e associar o arrancamento dos papilomas à autovacina. A autovacina é feita, grosso modo, com o papiloma triturado, filtrado e posto em solução contendo formol e antibiótico. Depois, é reinjetada no animal doente. “O arrancamento acaba com o aspecto horripilante do animal e evita sua depreciação.”

Fonte: Estado de S. Paulo, 02/09/2009

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