Segundo informações da Associação Brasileira de Oftalmologia, existem hoje no Brasil cerca de cinco milhões de deficientes visuais e apenas 70 cães guia licenciados. É essa disparidade gritante que entidades como a Cão-Guia Brasil pretende mudar.
Treinar um cão guia não é um processo fácil ou barato. “É necessário de um ano e meio a dois anos para isso. A demanda é muito grande. Temos uma lista de espera de cerca de 12 mil deficientes visuais aguardando um animal”, explica o representante da entidade Jorge Thomas Harrison. A entidade consegue treinar cinco cachorros anualmente.
Os motivos para a grande falta de cães guia são diversas. Primeiro, o País não tem uma tradição de treinamento dos animais. “Esse processo só começou no Brasil em 2000, 2001Nos Estados Unidos, por exemplo, isso já é feito há cerca de cem anos,” diz Harrison. Outro motivo é a completa falta de incentivo governamental, que dificulta iniciativas para dar continuidade a um trabalho tão longo e caro.
Não há uma raça mais ou menos adequada para se tornar um cão guia. As limitações dependem do porte e do temperamento. Uma das raças mais populares e que se encaixa no perfil adequado é o simpático labrador. Mas outras raças estão ganhando espaço, como o flat-coated retriever, que, por soltar menos pelos está se tornando uma boa opção para deficientes visuais alérgicos.
A Cão-Guia Brasil irá receber doações de celebridades durante o desfile principal do Pet Fashion Week para continuar proporcionando segurança na locomoção e equilíbrio físico e emocional aos deficientes visuais do Brasil.
Fonte: PetMag (acessado em 26/04/10)