Um estudo de pesquisadores do Centro de Terapia Celular (CTC) e do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto pode, a médio prazo, acabar com o uso de cobaias humanas e animais em testes farmacêuticos. A pesquisa apontou, pela primeira vez, um novo fator determinante na reprogramação de células adultas em células pluripotentes, que têm a capacidade de se diferenciar em outros tecidos do corpo.
“Usamos três genes diferentes para gerar células pluripotentes. Existem milhões de trabalhos parecidos com esse no mundo, mas é a primeira vez que usamos esses três genes especificamente. Também foi a primeira vez que esse trabalho foi desenvolvido no Brasil”, afirma a pós-doutoranda do Hemocentro, Virgínia Picanço Castro.
Reprogramação
A técnica de reprogramar células pela introdução de genes foi desenvolvida em 2006 por um grupo da Universidade de Kyoto, no Japão. Desde então, os cientistas usam quatro genes ligados ao processo de especialização das células para fazer a reprogramação.
Os pesquisadores brasileiros conseguiram fazer o mesmo processo com um novo gene, chamado de TCL-1A. A descoberta, apesar de importante, não tem prazo para ser colocada em prática.
“A técnica não é liberada para teste em humanos em nenhum país. A pesquisa é apenas o começo e é preciso fazer testes para saber se o uso é seguro”, diz Virgínia.
Fonte: Jornal A Cidade (acessado em 10/06/10)