Ao passar por um pet shop e ver um cão ainda filhote, muitas pessoas se encantam e acabam adquirindo um animal de estimação. Mas nem todas estão atentas para a responsabilidade de se criar um cão. Além de limpeza, ele precisa de outros cuidados que envolvem passeios, alimentação e adestramento adequados.
Segundo o adestrador e handler Gian Carlos Corrêa, todo cão pode ou deve passar pelo adestramento. “Os cães podem ser adestrados e devem passar por adestramento para que sejam corrigidos os maus hábitos que os próprios donos ensinam sem perceber. Por exemplo, o cão aprende a pular no dono porque, quando é filhote, os donos só o agradam no colo. Consequentemente, quando cresce, ele pula para receber carinho. Sem que os donos percebessem, treinaram ele para isso”, explica.
Adestrar o dono
De acordo com Corrêa, as pessoas devem saber das responsabilidades que adquirir um cão acarreta, principalmente no caso das raças de guarda, que são maiores e podem se tornar mais agressivas.
O índice de cães abandonados é alto. Parte disso deve-se à desatenção dos donos para a necessidade de adestrar os cães. “Antes de pensar em ter um cão, a pessoa precisa saber para que finalidade quer o animal, se o local em que ele vai crescer é ideal para raça escolhida e sempre procurar cães com registro (pedigree), para ter certeza de que o animal é puro e tem boa índole”, afirma.
Antes de adestrar o cão, o dono deve, muitas vezes, mudar seu próprio comportamento. “O dono é conscientizado pela mudança do cão e treinado ao decorrer do tempo que o animal passa em treinamento”, revela.
Processo de aprendizagem
Quem cria o animal pode pensar nele como um membro da própria família. Mas o cachorro vê seu dono e os membros do local onde mora como parte de sua matilha e estabelece uma relação de hierarquia. Por isso, os donos devem aprender a se comportar como chefes dessa matilha para adquirir o respeito dos animais.
“O cão aprende por associação e repetições. Se não são treinados, tentam exercer a liderança e acabam trazendo comportamentos indesejáveis. Os mais comuns são as agressões a outras pessoas e até mesmo aos outros animais”.
O que nunca fazer
Os donos devem reforçar os comportamentos desejados do cão para que ele associe a ação realizada com algo bom. Apenas repreender quando o animal faz algo incorreto não ajuda no processo de adestramento.
Frente a atitudes indesejadas dos animais, muitos donos acabam tendo comportamentos que reforçam a agressividade do pet, como gritar e até mesmo bater. “Isso só atrapalha. Gritos e pancadas deixam o cão muito mais agressivo porque ele aprende a se defender para não apanhar”, afirma o handler.
Fonte: A Crítica (acessado em 25/02/11)