Com a chegada da campanha de vacinação contra a febre aftosa, muitos pecuaristas aproveitam para aplicar outras vacinas e endectocidas. O manejo correto de vacinas e medicamentos é de fundamental importância para o produtor conseguir a máxima eficiência desses produtos. Ao mesmo tempo em que a dose certa é aplicada, evitam-se lesões desnecessárias nos pontos de aplicação.
“Um fator primordial no manejo racional é o planejamento do processo de vacinação, que começa com a definição de quem será responsável pela organização dos trabalhos. Essa pessoa deve estruturar um calendário de vacinações, definindo quais e em que momento as vacinas que serão aplicadas, quais animais serão vacinados, o local onde a vacinação será realizada, as pessoas que estarão envolvidas no trabalho e como o manejo será feito, atendendo aos padrões de boas práticas de manejo”, explica o médico veterinário e gerente de produto Evandro Stecca.
Os responsáveis pela vacinação devem ficar atentos à preparação das instalações, evitando, primeiramente, o manejo com o piso do curral sujo e encharcado, para diminuir riscos de escorregões e quedas. Realizar a limpeza e manutenção correta dos materiais que serão utilizados no procedimento também é de fundamental importância para evitar lesões e garantir o melhor efeito possível do produto utilizado. Lubrificar as seringas, trocar suas borrachas, descartar agulhas danificadas e velhas e usar uma caixa térmica limpa são exemplos de praticas simples, porém de grande eficiência durante o manejo.
Segundo Stecca, é comum a vacina ser aplicada sem o manejo adequado, causando estresse e reflexos negativos nas respostas imunológicas dos animais, o que implica em risco de menor eficiência da vacina. Ele explica ainda que a aplicação no tronco coletivo agrava o estresse do rebanho, uma vez que muitos animais pulam e acabam pisoteando os outros. Isso pode gerar também riscos de contusões no gado, danos às instalações do curral e acidentes de trabalho.
Além desses riscos, o manejo inadequado pode provocar reações ou abscessos, o que ocasiona o descarte de carnes e, consequentemente, perdas econômicas.
Para evitar esses prejuízos, o trabalho deve ser realizado em tronco de contenção com características que permitam acesso ao pescoço dos animais e dêem segurança para os animais e trabalhadores. “Detalhes importantes nunca devem ser esquecidos, como a troca de agulhas a cada recarga da seringa. A agulha usada deve ser deixada em uma solução que auxilie na desinfecção até que seja novamente utilizada, evitando assim o surgimento de abscessos decorrentes da má esterilização”, afirma Stecca.
Outra recomendação importante é evitar o acúmulo de atividades no período de vacinação, para que o trabalho possa ser executado com calma e eficiência. “No caso de fazendas com grande número de animais, é necessário definir quantos animais serão vacinados por período de trabalho. Isso é importante por que evita eles permaneçam ali por muito tempo, além de possibilitar o planejamento de outras atividades importantes”, diz o médico veterinário.
Fonte: Jornal Dia a Dia (acessado em 17/06/2011)