Tártaro, cárie e dente quebrado também atingem animais domésticos

Na sala de espera, o barulho é o mesmo: aquele da broca trabalhando sem descanso, que dá arrepios na espinha de muita gente. A cena também é bem parecida: a cadela Pitica, 13, está deitada na maca enquanto dois médicos veterinários cuidam dos dentes da paciente com instrumentos odontológicos. A diferença em relação ao consultório para humanos é que Pitica está sedada e dorme profundamente enquanto os profissionais fazem o serviço.

Pitica tem muito tártaro nos dentes e, infelizmente, alguns deles precisam ser extraídos. Ela já uma cachorra idosa. Aos 13 anos, vai ficar um pouco banguela assim que o tratamento da maca acabar.

Mas o veterinário Marcos Antônio Silvério, 59 anos, garante que ela vai se sentir bem melhor assim. É que os dentes que acabaram “apodrecendo” provocam dor em Pitica, principalmente na hora da refeição. E mesmo sem alguns dentes, a cadela vai poder mastigar e comer mais tranquila.

O tártaro é um dos problemas mais comuns no trato dentário em gatos e cachorros. O problema pode ser agravado pelo uso de comida caseira na alimentação do animal, mas um cardápio feito 100% de ração específica não é a garantia de uma boca livre de problemas. “Existem vários outros fatores que agem nesse caso, como, por exemplo, o PH”, avisa Marcos Antônio.

Outras doenças “de gente” também atingem a dentição dos animais. Periodontia (problemas ligados a gengiva e sustentação do dente), endodontia (tratamento de canal), próteses, restaurações e até ortodontia (aparelhos para correção dentária) e cirurgias orais são procedimentos realizados nos pets. Mas atenção: alguns desses problemas podem comprometer a vida dos animais de estimação.

Uma das maneiras mais eficazes de prevenção é o acompanhamento veterinário. Médicos especializados em odontologia são difíceis de ser encontrados no Interior, mas há muitos clínicos gerais que oferecem o serviço. Marcos Antônio recomenda uma profilaxia (limpeza para extração de tártaro) uma vez por ano, mas avisa que isso é uma média e que a necessidade varia de animal para animal. O procedimento é feito com o paciente sedado e com instrumentos específicos para a odontologia veterinária.

Escovar os dentes do animal diariamente (veja as dicas abaixo) também é uma ótima maneira de afastar as doenças – mas, na vida real, quem lida com gatos e cachorros sabe que isso é uma tarefa complicada. “Na prática, a gente sabe que isso não é nada fácil. Não dá para colocar a culpa no dono”, diz o veterinário.

Ele também dá outra dica. “Na minha experiência, sei que o que também pode ajudar no controle do tártaro são aqueles ossos naturais e tratados para cachorros. Mas não pode se despedaçar: tem de ser grande para que o animal possa ficar roendo”, diz.

Gatos também sofrem das mesmas doenças dentárias que os cachorros. Nas duas espécies, há pouca incidência de cáries e de tratamentos de canais. Os bichanos podem sofrer de estomatite dos felinos, uma doença que causa muita dor, levando o animal à impossibilidade de ingerir o alimento devido ao desconforto.

Escovação animal

• Torne a escovação agradável e ofereça recompensas para o cão, como um passeio, uma brincadeira ou um biscoitinho, assim que finalizar o trabalho.

• Antes de apresentá-lo à escova de dente, comece usando apenas a ponta dos dedos, massageando as gengivas.

• Após um período de duas semanas, passe a usar uma gaze enrolada no dedo ou um dedal-escova.

Depois de mais duas semanas, use uma escova de dentes própria para animais ou uma infantil de humano, de cerdas macias. Escove com carinho e não é preciso muita escovação: um pouco já é o suficiente.

Fonte: Jornal Bom Dia Bauru (acessado em 11/07/2011)

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