Aumenta migração de animais para zona urbana de Mogi das Cruzes

O número de animais silvestres capturados na zona urbana de Mogi das Cruzes no primeiro semestre deste ano é 21,08% maior do que o registrado no mesmo período de 2010. O volume saltou de 500 para 609 ocorrências, segundo a Polícia Ambiental.

Em 2011, foram encontrados 33 mamíferos contra 27 em 2010. O papa-capim e o canário da terra são os campeões, com 85 registros até o mês de novembro. O caso mais recente aconteceu ontem pela manhã. Uma fêmea de gambá foi atropelada enquanto dava à luz sete filhotes, na Rua José Antônio da Costa, nas proximidades do Conjunto Santo Ângelo. Os animais foram encaminhados ao Centro de Controle de Zoonoses, em César de Souza, e receberam os primeiros atendimentos.

O aumento de espécies silvestres em áreas urbanas, de acordo com a Polícia Ambiental, está relacionado à expansão urbana junto às serras do Mar e do Itapeti, dois grandes biomas brasileiros e os principais da Região do Alto Tietê.

“Esta transformação faz com que os animais percam suas condições de abrigo e fonte de alimentos. Ao se sentirem ameaçados, eles saem do habitat e tentam procurar proteção em outro lugar”, diz a bióloga Nadja Soares de Moraes.

O Centro de Controle de Zoonoses registrou, neste ano, 61 animais silvestres – 23 aves, 23 répteis e 15 mamíferos – na zona urbana. “Normalmente, eles chegam doentes, recebem os primeiros-socorros e são devolvidos à natureza e a parques ecológicos”, explica o diretor do CCZ, o veterinário Jefferson Renan Araújo Leite.

Para Nadja, os motivos para as alterações ambientais que resultam em mudança de comportamento dos animais silvestres são variados. De acordo com ela, a legislação vigente determina que pelo menos 20% das áreas verdes particulares sejam preservadas, porém, não determina que sejam mantidos os corredores ecológicos, que funcionam como um canal de ligação entre estas áreas.

“Isoladas, elas não são suficientes para atender as necessidades de sobrevivência dos animais e, em Áreas de Preservação Permanente (APPs), também há degradação. Precisamos criar os corredores ecológicos, mas para isso dependemos de políticas de apoio. Infelizmente, a questão ambiental fica em segundo plano”, afirma.

Para a bióloga, a criação de áreas verdes urbanas, de parques ecológicos e de um cinturão verde ao redor da cidade proporcionaria melhor qualidade de vida tanto para a população quanto aos animais. “Apesar de o município já contar com alguns parques ecológicos, as pessoas não respeitam o cinturão de preservação e constroem em áreas que deveriam ser preservadas. Os ruídos de máquinas e automóveis também levam o animal a deixar o habitat natural”, diz Nadja.

O aparecimento de espécies raras, principalmente aves, se deve à diminuição de caças e maus tratos. “Acredito que a consciência de algumas pessoas melhorou. Os animais temiam as áreas urbanas e acho que estão, aos poucos, se habituando. Temos até o caso de um tucano que chegou aqui para receber ajuda e acabou ficando. Ele mora na mata e vem comer aqui com a gente”, conta o diretor do CCZ de Mogi.

O Centro de Controle de Zoonoses alerta para que as pessoas não manuseiem os animais, principalmente as aves. “Quando encontrarem algum mamífero, aves ou répteis, não peguem e não cheguem perto. Entrem em contato com a Polícia Ambiental ou com o Centro de Zoonoses, pois os animais podem estar contaminados com doenças, debilitados ou ainda morder. Além disso, se o manuseio for feito de maneira errada, pode levar à morte do animal, o que acontece frequentemente com quem quer ajudar os pequenos pássaros”, explica o veterinário.

Caso alguém encontre animais silvestres em áreas urbanas de Mogi deve comunicar a Polícia Ambiental pelo telefone (11) 4798 2737 ou o serviço de Zoonoses, pelo (11) 4792 8585.

Fonte: O Diário de Mogi (acessado em 07/12/2011)

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