Dar animais de estimação de presente exige cautela

Imagine a cena: como é de praxe no fim de ano em empresas, funcionários combinam de fazer uma brincadeira de “inimigo-secreto”. Eis que uma jovem sugere, maldosa: “Vou dar um passarinho”. Quem relata a história, verídica, é o biólogo Yuri Domeniconi.

Naturalmente, ao contrário do exemplo do passarinho, as intenções são boas na maioria dos casos. O que não basta para que presente e presenteado tenham um final feliz juntos. Há uma série de coisas para levar em conta antes de dar um animal de estimação.

“Quem dá o presente também tem responsabilidade. Deve-se pensar na rotina da pessoa que vai ganhar o pet, no local onde ela vive e se tem tempo para se dedicar aos cuidados que o animal vai demandar ao longo da vida. É um compromisso por muito tempo”, alerta Yuri.

A psicóloga e consultora comportamental da entidade Cão Cidadão, Tatiane Ichitani, não vê problemas em dar cães ou gatos de presente, desde que essa seja uma escolha consciente. “Todo mundo tem que estar junto nessa ideia. Se o animal ‘cair de paraquedas’ na vida da pessoa, o que era para agradar pode se tornar um problema”, conta ela.

Mesmo que seja com o melhor dos propósitos, não restam dúvidas de que fazer uma surpresa é um grande risco. Yuri é enfático: “Ter um animal é algo que precisa ser acordado, com a certeza de que a família quer”.

A compra mal planejada pode levar do constrangimento do presenteado ao abandono dos animais. Se a família não se adapta, eles costumam ser deixados nas ruas ou levados para ONGs que recolhem animais e tentam encontrar uma nova família depois.

“Essas doações aumentam justamente nos períodos pós-Natal e Dia da Criança”, alerta Yuri. Se a vontade de ter um pet for unânime, o biólogo ainda aconselha que os cuidados sejam divididos entre crianças e adultos. “É uma oportunidade de educar os filhos. Eles vão entender que é preciso cuidar do outro e assumir responsabilidades, o que nem sempre é fácil.”

A escolha do melhor amigo

* Jamais compre por impulso
Pesquise antes qual tipo de animal mais combina com a personalidade e a rotina dos futuros donos. Não se deixe levar por modismos: o cão do momento pode revelar uma personalidade que cause conflitos na convivência

* Procure filhotes a partir de três meses
Um cachorrinho em miniatura pode despertar um desejo incontrolável de levá-lo pra casa, mas, se ele passar ao menos três meses com a mãe, vai chegar ao novo lar mais sociável e devidamente vacinado.

* Pesquise locais de venda
Fuja da tentação de locais onde animais são expostos e dê preferência a canis e gatis de criadores com experiência. Visite o lugar para verificar a limpeza e se os animais são bem tratados e têm bom temperamento.

Nota do CRMV-SP: Não se esqueça de verificar também se o canil ou gatil possui registro no CRMV-SP e um veterinário responsável técnico

* Considere a adoção
Cada vez mais incentivada, a adoção pode ser feita em feirinhas organizadas por ONGs [desde que devidamente registradas no CRMV-SP e com veterinário responsável técnico] e pelo Centro de Controle de Zoonoses. “O vira-lata adulto é a melhor opção, pois é carente, mas já entende muitas regras”, diz o biólogo Yuri Domeniconi.

Fonte: Folha de São Paulo (acessado em 13/12/2011)

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