Documentário polêmico de cineasta americana revela como é criação de orcas em cativeiro

Uma cineasta americana, de mãe brasileira, está provocando polêmica nos Estados Unidos. Ela acaba de lançar um documentário em que conta como é a criação de orcas em cativeiro, nos parques aquáticos, e questiona: qual é o limite entre a diversão e a violência contra os animais?

Dentro das piscinas, elas são as estrelas. Fazem acrobacias e distribuem carinho. Tanta habilidade e simpatia sustentam um negócio muito lucrativo nos Estados Unidos. As orcas são a principal atração dos parques aquáticos Seaworld, que recebem mais de 12 milhões de visitantes por ano. Mas, agora, essa indústria da diversão é colocada em xeque. Foi produzido na Califórnia, um dos estados americanos onde o Seaworld tem parque aquático, o mais contundente documentário contra a criação de orcas em cativeiro. Por trás do filme, que desafia uma organização com faturamento anual de R$ 4,5 bilhões, está Gabriela Cowperthwaite.

O Fantástico perguntou o que levou a cineasta a comprar esta briga. “Eu fiquei me questionando: por que uma treinadora experiente foi morta por uma orca que deveria ser dócil?”, conta Gabriela, diretora do documentário. Gabriela se refere à morte de Dawn Brancheau, em fevereiro de 2010. A treinadora foi atacada no parque Seaworld de Orlando, na Flórida, em frente aos espectadores. “Descobri que aquela orca, o macho Tilikum, já havia matado outras duas pessoas. Fiquei chocada”, diz a diretora.

Em dois anos de trabalho, Gabriela ouviu ex-treinadores dos parques e obteve imagens inéditas da captura das orcas em uma época em que a prática não era ilegal. Foi isso que aconteceu com Tilikum, que matou a treinadora. O animal foi capturado na Islândia, em 1983, e levado para um cativeiro no Canadá. Se antes podia nadar livremente, agora Tilikum tinha que dividir um pequeno espaço com outras orcas que não eram da mesma família. “As orcas lutam entre elas o tempo todo pelo território, pela hierarquia. Na natureza, o animal que perde pode fugir. Mas, no cativeiro não, fica ali, confinado, sofrendo o tempo todo”, ela explica.

Nesse ambiente, o animal fica estressado, agressivo. E o bicho que foi treinado para ser dócil se transforma num perigo. Em 1991, Tilikum fez sua primeira vítima fatal. No ano seguinte, a baleia foi vendida para o Seaworld. Lá, matou uma segunda pessoa, em 1999. O documentário, chamado “Blackfish”, peixe negro em português, exibe várias cenas de ataques a treinadores. Em uma cena, a orca leva o treinador para o fundo do aquário. Em uma das subidas à superfície, ele respira fundo, até que consegue se livrar e nadar para a margem. “Nós criamos esse problema. Eu espero que, a partir de agora, as pessoas mudem a maneira de se divertir com os animais”, diz Gabriela.

O parque Seaworld se recusou a falar no documentário. Mas, quando o filme foi lançado no mês passado, nos Estados Unidos, a empresa soltou uma nota chamando a produção de “desonesta, enganosa e cientificamente imprecisa”. Mesmo após os ataques, Tilikum ainda é uma das principais atrações do parque. O animal virou um ícone da indústria do entretenimento dos Estados Unidos depois do filme Free Willy, em 1993.

As orcas chegam a ter dez metros de comprimento e a pesar dez toneladas. Na natureza, vivem até 90 anos. Presas, em cativeiro, não sobrevivem à metade desse tempo. “Eu mal arranhei a superfície do problema. Se você soubesse o que eu deixei fora do filme, você ficaria de queixo caído. Eu estou muito entusiasmada com a ideia de levar esse filme ao Brasil”, revela Gabriela. Até lá, a diretora continua a combater quem comete violência contra os animais em nome do lucro.

Fonte: Portal G1 .

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