Quando o assunto é saúde e bem-estar animal, a relação é intrínseca entre a nutrição e a imunidade, já que há inúmeros nutrientes que afetam, diretamente, a resposta imunológica do organismo. Por isso, é importante que cães e gatos tenham uma alimentação adequada e individualizada, a fim de evitar quadros de desnutrição e, consequentemente, de uma resposta imune ineficiente.
Os efeitos da desnutrição são diversos: redução na produção de anticorpos e no poder fagocitário; danos aos linfócitos T e alteração da síntese de linfócitos; redução do poder bactericida de leucócitos e linfócitos; além de menor produção de imunoglobulinas.
O médico-veterinário e zootecnista João Paulo Fernandes Santos, membro da Comissão Técnica de Nutrição Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), explica que, embora a desnutrição possa acontecer em decorrência de uma doença, ela pode ser a causa da enfermidade quando o alimento oferecido não possui perfil nutricional que atenda às exigências da fase de vida, ou não é fornecido em quantidades adequadas.
“Deste modo, destaca-se a dinâmica interação entre imunidade, nutrição e doença, no qual o médico-veterinário deve ser capaz de avaliar, por meio da anamnese e exame físico, e intervir com prescrição do manejo nutricional adequado para promover a reversão do quadro, para, acima de tudo, prevenir distúrbios nutricionais”, diz.
Suplementos
É possível potencializar os efeitos nutricionais com algumas substâncias, como vitaminas e microminerais, que tem papel importante para a imunidade dos animais, desde que prescritos por um profissional habilitado, em quantidade adequada e respeitada pelo tutor.
“O selênio tem ação antioxidante, o zinco atua para na replicação protéica, e a taurina (aminoácido) trabalha para o desenvolvimento e equilíbrio das funções do sistema nervoso. Todos eles atuarão para a imunidade do animal, de forma direta ou indireta”, enfatiza Santos.
Necessidades específicas
O médico-veterinário Yves Miceli de Carvalho, presidente da Comissão Técnica de Nutrição Animal do Regional, diz que se deve sempre pensar em ofertar a quantidade de nutrientes necessária para atender a necessidade nutricional específica da espécie.
“Os requerimentos nutricionais de cães e gatos são completamente distintos, o que está diretamente relacionado a particularidades metabólicas destas espécies”, afirma.
Carvalho reforça que é importante que essas particularidades sejam respeitadas, caso contrário, o status nutricional será afetado e acarretará todas as consequências anteriormente citadas ao sistema imunológico.