O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) promoverá no dia 03 de novembro, das 13h30 às 16h30, o evento Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde na Perspectiva da Uma Só Saúde, com o objetivo de atualizar e esclarecer informações sobre o manejo de resíduos gerados na atuação de médicos-veterinários e zootecnistas.
A atividade será presencial e está sendo organizada pela Comissão Técnica de Uma Só Saúde do Regional. A iniciativa busca reforçar a importância do cumprimento da legislação vigente, além de incentivar o aprimoramento técnico e a troca de experiências entre os profissionais. O evento trará, ainda, a visão de órgãos ambientais, de saúde e de defesa agropecuária.
Para a presidente da Comissão Técnica de Uma Só Saúde, Vera Lettície de Azevedo Ruiz, o encontro será uma oportunidade de alinhamento de práticas e fortalecimento da responsabilidade socioambiental de profissionais e empresas.
“Eventos como este ajudam a padronizar práticas, esclarecer dúvidas e incentivar soluções seguras e sustentáveis. São momentos que contribuem para atualizar o entendimento dos colegas, unificar condutas e promover boas práticas no manejo de resíduos”, ressalta.
Na linha de frente da biossegurança
A atuação de médicos-veterinários e zootecnistas em hospitais veterinários, clínicas, laboratórios, instituições de ensino e pesquisa, além de atendimentos domiciliares ou em campo, como granjas e fazendas, os coloca em contato direto com materiais que exigem descarte especializado. É o que explica o médico-veterinário e membro da Comissão Técnica de Agronegócio do CRMV-SP, Artur Luíz de Almeida Felício.
“As boas práticas na gestão de resíduos dos serviços de saúde humana e veterinária minimizam riscos de disseminação de patógenos, contaminação ambiental, acidentes ocupacionais, proliferação e atração de insetos e animais necrófagos, além dos riscos para a fauna silvestre”, orienta o profissional, que atua na Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo e será um dos palestrantes do evento, abordando o tema “Destinação de carcaças de animais nas atividades agropecuárias”.
Embora a Resolução RDC nº 222/2018 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamente o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, sua aplicação ainda enfrenta desafios práticos.
“É comum observarmos procedimentos ultrapassados, como o descarte de perfurocortantes em recipientes inadequados ou a mistura de resíduos comuns e infectantes, o que aumenta custos e gera riscos desnecessários”, exemplifica Vera Lettície de Azevedo Ruiz, que no evento conduzirá palestra sobre a aplicação do Manual do PGRSSA do CRMV-SP.
Protegendo a saúde coletiva
Assim como as boas práticas protegem profissionais, animais e meio ambiente, a má gestão de resíduos pode gerar impactos significativos e, em muitos casos, irreversíveis. Acidentes com materiais perfurocortantes, por exemplo, podem transmitir doenças, enquanto a destinação inadequada de resíduos contamina o solo e a água. Por isso, a destinação correta deve ser uma preocupação de todos os profissionais da saúde, incluindo médicos-veterinários e zootecnistas, ressalta Vera Lettície de Azevedo Ruiz.
A presidente da Comissão lembra, ainda, que o cumprimento das diretrizes deve ser visto não apenas como uma obrigação legal, mas como parte do compromisso ético das profissões com o bem-estar animal, ambiental e humano.
“O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é obrigatório para todos os geradores e fundamental para proteger pessoas, animais e o meio ambiente. Quando não é seguido corretamente, há risco de acidentes, exposição a zoonoses e outras consequências decorrentes do acondicionamento inadequado dos resíduos. Tudo isso representa uma ameaça direta à saúde coletiva”, destaca.
Garanta sua participação
O médico-veterinário Artur Luíz de Almeida Felício chama a atenção para a escassez de eventos gratuitos sobre a temática. “São raras oportunidades como a que será oferecida, pois o evento pretende promover discussão e atualização sobre a gestão e os riscos dos resíduos gerados em hospitais humanos e veterinários, clínicas, laboratórios e propriedades rurais, especialmente no que se refere à destinação de carcaças de animais de produção”, disse.
Já a presidente da Comissão Técnica de Uma Só Saúde, Vera Lettície de Azevedo Ruiz, reforça que o cumprimento do PGRSS vai além das obrigações legais. “Ele deve ser entendido não apenas como uma exigência normativa, mas como uma medida de responsabilidade social e de cuidado com a vida em todas as suas formas.”
As vagas são limitadas a 100 participantes, e os interessados devem garantir a inscrição com antecedência.
