No dia 1º de outubro, celebra-se o Dia do Idoso, data que reforça a importância de promover saúde, bem-estar e qualidade de vida nessa fase da vida. Nesse contexto, a convivência com animais de estimação tem se mostrado cada vez mais relevante.
Estudos e experiências comprovam que os pets auxiliam no controle de doenças, reduzem a solidão e estimulam a socialização. Por isso, profissionais ressaltam a importância de incentivar essa relação na terceira idade, sempre com orientações adequadas e escolhas responsáveis.
A médica-veterinária Sibele Konno, presidente da Comissão Técnica de Animais de Companhia do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), destaca que a presença de um pet vai muito além da companhia. “Levar os animais para passear é uma atividade física leve que beneficia corpo e mente, pois também favorece a socialização. Além disso, cuidar de um pet resgata no idoso o senso de responsabilidade, pertencimento e aumenta a autoestima”, afirma.
Segundo Sibele, até mesmo pequenas tarefas da rotina, como preparar a alimentação, administrar medicamentos ou organizar consultas veterinárias, trazem ganhos significativos. “Essas atividades estimulam a memória e a organização, transformando o dia a dia em um exercício constante de atenção e disciplina”, explica.
Escolhas responsáveis
Apesar dos inúmeros benefícios, muitas famílias ainda hesitam em permitir que idosos adotem pets, temendo que os cuidados se tornem um fardo. Para a médica-veterinária Sibele Konno, a chave está em uma escolha consciente, que leve em conta a rotina, o espaço disponível e a condição física do responsável. “O ideal é que idosos convivam com animais já treinados. Filhotes costumam exigir mais energia e nem sempre se ajustam ao ritmo da terceira idade”, afirma.
Ela reforça também a importância da guarda responsável, que envolve planejamento financeiro e compromisso contínuo com consultas veterinárias, vacinas, higiene e o bem-estar do animal.
Evidências científicas dos benefícios
Relatos dos responsáveis e profissionais encontram respaldo em pesquisas internacionais e nas atividades do Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais (Inataa). Segundo a médica-veterinária Cristina Elillo, responsável técnica pela área clínica do Instituto, os efeitos mais observados nos atendimentos à idosos feitos pelos cães terapeutas incluem melhora do humor, redução de sintomas depressivos, maior engajamento social, diminuição da pressão arterial e da frequência cardíaca, além do resgate de memórias e estímulo cognitivo.
Para a médica-veterinária Cristina Elillo, a convivência com animais na terceira idade vai além da companhia: é uma ferramenta de saúde, inclusão social e qualidade de vida. “Quando feita de forma responsável, essa convivência ajuda a envelhecer com mais vitalidade e alegria. Os cães oferecem amor incondicional e transformam a forma como o idoso vê a própria vida”, afirma.
Material informativo do CRMV-SP
O Conselho preparou um folder sobre a convivência entre idosos e animais de estimação, com orientações para garantir uma relação segura, responsável e benéfica para a saúde e bem-estar na terceira idade.