A volta à rotina de trabalho exige cuidados para que o pet não sinta falta do tutor

Para minimizar a ausência, é importante criar momentos de isolamento, propor atividades lúdicas e adestrar o animal
Comunicação CRMV-SP

A médica-veterinária Cristiane Schilbach Pizzutto, presidente da Comissão Técnica de Bem-estar Animal (CTBEA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), alerta que é muito importante que não se espere a volta à rotina normal para diminuir o hipervínculo tutor/animal. A recomendação é que sejam criados momentos de isolamento do tutor em relação ao pet, ainda durante o home office.

Trancando-se no quarto, por exemplo, para ler um livro ou indo tomar banho sem deixar o cachorro ou o gato entrar. É preciso criar essas situações de isolamento para o animal entender que o tutor não está por perto. Outra recomendação é vestir-se com certa frequência como se fosse sair para que o animal perceba que essa rotina vai começar a ser retomada.

“Uma das técnicas que a gente tem preconizado para as pessoas é que elas comecem a desenvolver alguns enriquecimentos mais sensoriais e menos sociais. Os sociais envolvem a relação intensa, brincadeiras e interação com o animal. Já as sensoriais são quando o tutor oferece enriquecimentos olfativos, alimentares, mas deixa o animal interagir sozinho e permanece distante”, afirma Cristiane

De acordo com a presidente da CTBEA, do CRMV-SP uma opção para quando só há um animal na casa, é levá-lo, algumas vezes por semana, a hotéis ou serviço de daycare, lugares onde possa se socializar com outros animais e até minimizar o estresse da ausência do tutor com o retorno da rotina normal.

Volta à rotina pode ser positiva

Cristiane destaca que os gatos muito ligados ao tutor também intensificaram esse relacionamento durante a quarentena, por isso, é preciso também se isolar do animal por alguns períodos.

“E o gato mais individualista, que gosta da tranquilidade, de repente, com todo mundo em casa o tempo todo, pode ter ficado estressado e, nesse caso, a volta à rotina pode acalmá-lo. Tudo depende bastante do animal.”

Atividades lúdicas

A zootecnista Paola Rueda, especialista em Bem-estar Animal e membro da CTBEA, do CRMV-SP, concorda que as atividades lúdicas auxiliam a minimizar o impacto no pet, até porque ausência de pessoas e falta do que fazer são a combinação perfeita para a ansiedade de separação se manifestar.

“Uma ideia é dar ao seu cão um brinquedo recheado com algo realmente saboroso, pode até ser congelado para que ele leve mais tempo para comer. O ideal é retirar esses brinquedos especiais assim que voltar para casa, para que seu cão só tenha acesso a eles quando estiver sozinho. Este método funciona bem para casos leves”, ressalta a especialista em BEA.

Adestrar é fundamental

O adestramento também pode ser uma boa saída para auxiliar na retomada da rotina. O zootecnista Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal e membro da CTBEA do CRMV-SP, lembra que adestrar é fundamental, ensinar o comando “fica” possibilita que o tutor treine essas pequenas separações no dia a dia dentro de casa mesmo

Um bom exercício é pedir para o cão esperar no sofá da sala, enquanto vai pegar um copo de água. “O treino também melhora muito a comunicação e as pessoas percebem, inclusive, que estavam reforçando comportamentos errados, como entrar na casa quando o cão começa a latir”, conclui Rossi.

Relacionadas

Seis pessoas em pé, sendo cinco homens e uma mulher. Eles estão lado a lado, quatro deles estão segurando placas de homenagem
09.09.19_Jubileu_de_Ouro_Homenagens (3)
Cães filhotes branco, champagne, caramelo e marrom com focinho preto, dormem amontoados e encostados uns aos outros. Parecem ter poucos dias de vida.
12.09_Prêmios homenageiam médicos-veterinários e zootecnistas_MATÉRIA

Mais Lidas

Diagnóstico por imagem é uma das especialidades reconhecidas pelo CFMV
Crédito: Acervo CRMV-SP
Notebook com a tela inicial da Solução Integrada de Gestão do CRMV-SP (SIG CRMV-SP)
Responsável técnico é a figura central que responde ética, legal e tecnicamente pelos atos profissionais da empresa
Crédito: Freepik
Em São Paulo, a primeira instituição destinada ao ensino da Veterinária teve origem no Instituto de Veterinária, nas dependências do Instituto Butantan, no ano de 1919 Crédito da foto: Acervo Histórico/FMVZ-USP

Contato

(11) 5908 4799

Sede CRMV-SP 

Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo

Newsletter

Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0001-40