A paixão pela Medicina Veterinária começou cedo para Odemilson Donizete Mossero. De origem rural, cresceu convivendo com animais de produção e ajudando o pai em suas rotinas de trabalho. “Cheguei a avaliar áreas correlatas, como Agronomia e Zootecnia, mas me identifiquei mesmo foi com a profissão de médico veterinário”, conta o atual vice-presidente do CRMV-SP.
Formado pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Jaboticabal), Mossero carrega em seu currículo trinta e cinco anos de experiência profissional no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), lotado na Superintendência Federal de Agricultura em São Paulo (SFA-SP), onde exerceu importantes atividades, incluindo duas chefias de serviços técnicos. “Atuei em diversas frentes, como no controle do trânsito nacional e internacional de animais e seus produtos e no desenvolvimento de ações sanitárias, como o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose, registro e controle de produtos veterinários, entre outros”, explica.
Envolvido com a área de quarentena de animais desde os primeiros anos de atividade no MAPA, Mossero lembra com carinho as experiências e aprendizados. “Em 1982, fui designado Chefe da Estação Quarentenária de Cananéia (EQC), importante centro de isolamento de animais para fins de exportação e que apresentava alta condição de segurança sanitária. Na época, havia interesse de alguns países em importar bovinos de origem zebuína vivos para fins de reprodução. Durante esse período, convivi com profissionais renomados da área, brasileiros e estrangeiros, que me fizeram compreender ainda mais a importância desse trabalho para o País”, relata.
Odemilson atuou em defesa sanitária animal durante toda sua trajetória profissional, área bastante específica da Medicina Veterinária. Dentre as muitas atividades desenvolvidas nesse período, o veterinário destaca uma ação sanitária emergencial com o objetivo de coibir a entrada da Doença de Newcastle, vírus altamente patogênico diagnosticado em avestruzes importados, em 1997. “Naquela época, o Brasil já se destacava mundialmente na produção aviária e exportação de seus produtos. Uma doença de alta capacidade de difusão entre os planteis avícolas poderia gerar suspensão imediata do comércio internacional, prejuízo econômico e desemprego”, lembra.
Enquanto ocupava a chefia do Serviço de Sanidade Animal na SFA-SP, participou de amplo estudo sobre processos de quarentena de animais importados pelo Brasil, realizado pelo Departamento de Saúde Animal, em Brasília, e coordenou os trabalhos de reestruturação da Estação (EQC). “Além das atividades de quarentena de importação para diversas espécies animais em condições de alta biossegurança, o local passou também a oferecer cursos e treinamentos para médicos-veterinários e estudantes. Mesmo com o acesso restrito a algumas áreas da Estação por questões de biosegurança, os visitantes têm a oportunidade de conhecer as principais instalações da única estação quarentenária oficial do Brasil. Essas atividades estão em pleno desenvolvimento e já recebeu profissionais veterinários de órgãos oficiais, da iniciativa privada e pública, do Brasil e de vários outros países, principalmente da América Central e do Sul”, conta.
Em 2006, Mossero passou a integrar a diretoria do CRMV-SP, liderada pelo Dr. Francisco Cavalcanti de Almeida, onde exerceu o cargo de Secretário-Geral durante dois mandatos. No ano passado, foi convidado pelo Dr. Mario Eduardo Pulga, atual presidente do Conselho, para ser vice-presidente da Chapa Valorização, eleita com 90,54% dos votos válidos. “Nosso trabalho visa dar continuidade ao processo de modernização do Conselho, iniciado pela administração anterior e que se fortalece na atual gestão. Seguiremos na luta pela valorização profissional do médico-veterinário e do zootecnista junto à sociedade em suas diferentes frentes, como saúde animal, saúde pública e meio ambiente”, finaliza.