Castração ajuda a prevenir câncer de mama em animais

Desde os anos 1990, o mês de outubro é marcado de cor de rosa e pelo alerta feito às mulheres sobre o câncer de mama. A doença é uma da que mais mata brasileiras, são mais 57 mil novos casos por ano e só perde para o câncer de pele não melanoma, segundo dados do Instituto do Câncer. Entretanto, engana-se quem pensa que apenas as humanas são vítimas deste mal. Cadelas e gatas também sofrem com o câncer de mama.

Para entender melhor o tema, o site do CRMV-SP pediu ajuda para o Dr. Márcio Rangel Mello, conselheiro e presidente da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais. Com mais de 30 anos de experiência, ele conta que cabe aos médicos veterinários orientar sobre a doença. “É importante que o profissional oriente o proprietário do filhote, desde a primeira consulta, sobre como fazer a prevenção do câncer de mama. E é importante que o proprietário siga as instruções”, avisa.

Os principais fatores que levam ao surgimento da doença, de acordo com Mello, são alterações hormonais, como cios irregulares, gestação psicológica ou ausência de amamentação. “O uso indiscriminado e sem acompanhamento médico de anticoncepcionais em cadelas e gatas para prevenção de cios e prenhez pode ser um dos motivos de maior incidência do câncer de mama nestas espécies”, aposta o médico-veterinário.

A castração é um caminho para evitar o desenvolvimento do câncer de mama em animais. “Sabe-se que 99,5% das fêmeas que são castradas antes do primeiro cio não apresentam câncer. Se realizada entre o primeiro e o segundo cio, 92% não apresentam a doença. Depois do segundo cio,74% ficam livres do câncer de mama”, conta o presidente da comissão.

Ele explica que o aparecimento do câncer se dá pelo estímulo hormonal, produzido nos ovários. Sendo assim, a castração precoce impede este mecanismo. Caso a castração não seja feita, a fêmea deve amamentar pelo menos uma vez para diminuir a possibilidade de apresentar o câncer de mama.

Os proprietários devem procurar o médico-veterinário quando notarem um aumento de volume nas mamas, por menor que seja. “O tratamento precoce melhora o prognóstico”, alerta Mello. As formas de tratamento variam e, segundo o conselheiro, um procedimento cirúrgico para a retirada do tecido mamário afetado e adjacente possibilita a cura do animal na maioria dos casos. Outros animais, dependendo do tipo de câncer, precisam de quimioterapia após a cirurgia.

O índice de cura varia de acordo com a localização do tumor no tecido mamário. “Os tumores nas mamas torácicas têm maior probabilidade de metástase do que aqueles encontrados em mamas abdominais”, finaliza Mello.

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