As cisternas cloradas são uma importante tecnologia para manter a alta qualidade da água oferecida aos animais da fazenda, mesmo em épocas mais secas ou muito quentes. Elas captam e armazenam a água das chuvas, que é tratada e clorada para ser dada aos animais. São necessários alguns cuidados de manejo básico na higiene do equipamento para que a boa qualidade se mantenha, mas o sistema é barato e vale à pena considerando-se os benefícios que proporciona.
O pesquisador da Embrapa Suínos e Aves Julio Pascale Palhares realizou um estudo sobre o manejo da água nas propriedades de suinocultores e avaliou a qualidade do líquido que estava sendo oferecido através das cisternas. A pesquisa foi apresentada durante o II Congresso Sul Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticíneos (Avisulat 2010) e o resultado encontrado foi muito positivo.
“É uma tecnologia milenar, já usada em várias partes do mundo e aqui no Brasil por termos problema de estiagem, principalmente no semiárido. Essa nova técnica entrou como uma tecnologia capaz de dar segurança hídrica e possibilitar a produção. É uma realidade na região, até hoje, a compra de caminhões-pipa para não haver perda de rebanhos ou mortalidade de animais por falta de água. Muita gente não sabe, mas existe uma lei no Brasil que determina qual a qualidade da água que deve ser oferecida aos animais, a resolução Conama 357. A exigência dos animais é muito parecida com a dos humanos”, diz Palhares.
Existem variados tipos de cisternas para diferentes produtores e sistemas de produção. Um cuidado obrigatório comum a todas é a limpeza adequada. O pesquisador diz que nunca deve ser usada a água da primeira chuva porque ela contém impurezas. A cisterna deve ser bem lavada anualmente e as instalações que conduzem a água para as cisternas, como calhas e telhados, devem ser limpas semestralmente. Esse cuidado é importante porque nesses locais pode haver restos de insetos mortos, poeira, folhas e fezes de animais que vão contaminar a água.
Outro cuidado importante é a cobertura da cisterna, que deve ficar protegida do sol para a água não esquentar muito. O produtor deve lembrar que o líquido é muito importante para a nutrição dos animais e influencia diretamente a produção.
“A água é alimento essencial para o suíno. Se o animal não tiver água em quantidade e qualidade, o consumo de ração diminui e, consequentemente, a produção de leite e de carne. O Brasil é um dos grandes produtores de proteína animal do mundo também por causa da sua disponibilidade hídrica, mas ela não é infinita. É importante adquirir um sistema de cloração da água porque ele elimina os organismos indesejáveis e não tem alto custo”, explica.
Para o produtor com propriedade próxima aos centros urbanos, o recomendado é fazer análises da água anualmente para conhecer de fato a qualidade. A Embrapa Suínos e Aves estipulou cinco análises básicas que devem ser feitas pelo produtor: ph, nitrato, amônia, coliformes fecais e Escherichia coli. Com os dados divulgados pelo laboratório, o produtor tem condição de tomar uma medida com maior propriedade.
Fonte: Suinocultura Industrial (acessado em 14/12/10)