Coelho não é o presente de Páscoa ideal

O que saber antes de dar esses animais às crianças
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Pixabay

A Páscoa está chegando e o coelho, além de enfeitar vitrines e ser o principal personagem das propagandas nesta época, também costuma ser adquirido para presentear as crianças como um animal de companhia.

Para Cristiane Pizzutto, médica-veterinária e presidente da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), a recomendação que a classe faz é para que as pessoas entendam que coelho não é brinquedo.

“Antes de adquirir um coelho, é preciso consultar um médico-veterinário para que ele possa explicar o que significa ter esse animal em casa e o que precisa ser oferecido para que ele possa ter qualidade de vida”, diz.

A médica-veterinária Rosangela Gebara, integrante da mesma comissão do CRMV-SP, conta que muitas vezes, no impulso, alguns pais acabam cedendo ao apelo das crianças e comprando coelhos vivos como se fossem bichinhos de pelúcia. “Coelhos são animais sensíveis e que vivem em média até oito anos, precisando de cuidados especiais durante toda a vida”, observa.

Prejuízos ao bem-estar animal

Rosangela diz que o problema, muitas vezes, já começa na loja. “Alguns vendedores chegam a colorir o pelo dos animais para atrair o público”. A médica-veterinária também alerta que alguns filhotes são vendidos ainda imaturos, como se fossem ‘coelhos anões’. “Assim, após alguns dias, vários desses coelhinhos acabam morrendo por falta de cuidados especiais, por manipulação inadequada e pela ausência da mãe.”

Os coelhos não podem ficar o tempo todo em gaiola, que servem apenas como um ponto de descanso ou como refúgio quando o animal sentir necessidade. Ele precisa fazer exercício, precisa de espaço para se locomover

(Cristiane Pizzutto, presidente da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do CRMV-SP)

Rosangela ressalta, ainda, que os coelhos são extremamente sensíveis à mudanças de temperatura e precisam de uma alimentação específica. “Esses animais são muito frágeis e se assustam facilmente com o barulho, realmente necessitando de cuidados especiais.”

Fragilidade precisa de cuidado

A médica-veterinária Cristiane Pizzutto explica que os coelhos gostam muito de se esconder em tocas, por serem uma presa na natureza. Isso explica o fato de serem ariscos e medrosos.

“Quando temos uma criança envolvida, precisamos de um cuidado maior. Pois se ela tentar pegar o coelho como se fosse um gato ou cachorro, ele pode se machucar ao tentar fugir”, observa.

Esses animais fofinhos também possuem um esqueleto frágil e delicado, como explica Rosangela Gebara. “Apesar de adorados pelas crianças, eles precisam ser manipulados com cuidado, pois costumam fraturar os ossos mesmo em pequenas quedas. Carregá-los pelas orelhas, então, nem pensar!”.

Para adotar um coelho, o recomendado é que o tutor tenha condições de prover todas as necessidades da espécie, como alimentação apropriada, instalações amplas e adaptadas, além de visitas regulares ao médico-veterinário.

Comportamento natural

Cristiane lembra que o coelho tem o hábito de roer, portanto deve-se ter um cuidado especial com essa característica, pois ele pode acabar roendo móveis e fios, por exemplo. “Roer é importante para a espécie e envolve o desgaste dos dentes incisivos. O ideal é disponibilizar itens especiais para esse fim”, explica.

“É importante o acesso a jardins ou locais onde possam expressar comportamentos naturais, como cavar buracos. Esta também é uma necessidade da espécie e deve ser respeitada e provida. Por tudo isso, é preciso pensar muito bem antes de presentear uma criança com um coelho e entender que ele não é um brinquedo que pode ser descartado”, conclui Rosangela.

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