Ambientalistas afirmam que há uma nova ameaça à sobrevivência dos elefantes africanos, quase tão mortal quanto às balas dos caçadores: o mercado negro de marfim pela internet. Presas retiradas ilegalmente são compradas e vendidas em fóruns na internet e em sites de leilão pelo mundo com cada vez mais frequência e isso inclui a gigante Google, segundo os ativistas. Grupos de defesa da vida selvagem reunidos na Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas em Bancoc, na Tailândia, na semana passada, pedem leis mais duras para coibir esse comércio.
A matança de elefantes, que tem aumentado muito nos últimos 20 anos, está ganhando força por causa da maior demanda pelas presas na Ásia, onde são entalhadas e viram ornamentos e suvenires. “A internet é anônima, está aberta 24 horas por dia. A venda de marfim on-line é uma atividade de baixo risco e alto lucro para os criminosos”, afirma Tania McCrea-Steele, do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal.
Segundo a Agência de Investigação Ambiental, o site de compras da Google no Japão tem 10 mil anúncios de marfim. Cerca de 80% dos anúncios são de “hanko”, pedaços de madeira com letras de marfim usadas para colocar selos em documentos oficiais, os demais são de entalhes e outros objetos.
Segundo a agência, as vendas dos selos criam uma demanda grande para o marfim dos elefantes. “Enquanto os elefantes estão sendo massacrados na África para a produção de bugigangas de marfim, é um choque descobrir que a Google, com recursos enormes à sua disposição, não faz cumprir suas próprias políticas para ajudar a proteger os animais ameaçados”, afirmou Allan Thorton, presidente da entidade.
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