Praia não combina com cachorro nem com gato. Você pode até pensar que o animal vai adorar ter toda aquela areia para correr e ainda poder entrar na água para se refrescar. Mas esse tipo de ambiente traz diversos riscos para a saúde do pet e para o bem-estar das pessoas.
Segundo o médico veterinário e diretor-clínico do Hospital Sena Madureira de São Paulo, Mário Marcondes dos Santos, caso os proprietários do animal desejem levá-lo para as férias na praia sem colocar a saúde dele em risco, devem tomar uma série de cuidados.
“Um dos principais problemas é a exposição dos cães e gatos à doença do verme do coração, que é transmitida por pernilongos encontrados no litoral em quantidades muito maiores que nas áreas urbanas. O verme se aloja no coração e provoca sintomas que podem demorar anos para aparecer, mas que costumam ter consequências muito graves. Além disso, trata-se de uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida a humanos, alojando-se no pulmão”.
De acordo com o especialista, em geral, animais que sofrem desse mal precisam passar por um tratamento complicado, que normalmente envolve internação em hospital e cirurgia. “Os sintomas são relacionados ao aparelho cardiovascular, como tosse, falta de ar, cansaço, inchaço nos membros, barriga inchada e língua arroxeada”, explica.
Para prevenir o contágio, o melhor é aplicar uma medicação no animal 30 dias antes da viagem, logo após o retorno para casa e 30 dias depois. Mas, antes de aplicar o remédio, é preciso examinar o pet para saber se ele já não foi contaminado pela doença.
Caso os donos viajem constantemente com o cão ou o gato para o litoral, o jeito é vermifugar o pet sempre, explica o diretor da Sociedade Paulista de Medicina Veterinária e cirurgião da Med Dog, Alexandre Sano.
“O ideal é evitar expor o animal a esse tipo de ambiente. Quem vai para o litoral norte de São Paulo deve tomar mais cuidado, pois essa é a região onde há a maioria dos casos da doença. Mas é necessário que todos protejam seus bichos.”
No entanto, o verme do coração não é o único mal a que os animais estão expostos na praia. O contato com a areia, segundo Santos, pode causar conjuntivite, problemas de pele e outras verminoses, já que cães e gatos de rua podem defecar na região, depositando fezes contaminadas.
“A irritação provocada pela entrada de grãos de areia nos olhos faz com que os animais comecem a coçar a região, ferindo-a. Daí a conjutivite. Já o contato constante com a água aumenta a chance de otites, inflamações nos ouvidos. Por fim, para prevenir casos de verminoses, o melhor é medicar o animal a cada seis meses.”
Como o calor costuma ser maior nas cidades litorâneas, o cuidado com a desidratação também precisa ser redobrado, explicam os dois especialistas. É fundamental deixar o pet em um lugar fresco e manter à disposição dele água sempre fresca.
”Deixe os passeios ao ar livre para o começo da manhã ou à noite, pois nos horários de temperaturas altas, o risco de desenvolver hipetermia é maior”, explica Santos. “Como os animais perdem calor pela respiração, a atividade os deixa muito ofegantes e podem sofrer um colapso, ficando com falta de ar. Isso é muito comum no verão, principalmente no litoral.”
Para amenizar o calor, borrife água no pelo do seu pet. Ele vai se sentir bem melhor.
Fonte: R7 (acessado em 12/01/11)