A garantia de preço mínimo para
a carne suína, a viabilização de crédito para o setor e a acabar com o mito
do perigo do consumo da carne em meio aos casos de gripe suína foram
discutidos ontem (5) em audiência pública na Comissão de Agricultura e
Reforma Agrária do Senado Federal.
A reunião foi marcada antes mesmo das ocorrências de contágio da Influenza A
(H1N1). A finalidade era discutir a crise na suinocultura, que teve os preços
reduzidos no final do ano passado, deixando os produtores em dificuldade, com
a falta de crédito e endividamento. A ocorrência da gripe suína, no entanto,
motivou a discussão na comissão em torno da repercussão que o assunto está
tendo no país e no mundo.
O senador Augusto Botelho (PT-RR) disse que, como médico pode assegurar que a
carne suína "não oferece perigo para a transmissão de qualquer doença,
quando cozida adequadamente".
O presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Produtora e
Exportadora de Carne Suína, Pedro Camargo Neto, disse que os produtores
catarinenses estão preocupados com o assunto, uma vez que a doença não foi
identificada no Brasil, nem na população nem no rebanho suíno, mas há temor
de que a desinformação possa criar um clima irreal que prejudique as vendas. Ele acrescentou que o estado de Santa Catarina
é modelo em segurança sanitária para criação de suínos. Ele defende o
fortalecimento do setor, em vista da possibilidade de ampliação de vendas à
China, o que deverá ser tratado durante visita que o presidente Lula ao país
no próximo dia 18.
O senador Raimundo Colombo (DEM-SC) defendeu que "o governo precisa
informar melhor à população e de forma mais adequada, sobre a Influenza
A". "O Ministério da Saúde tem que fazer uma campanha clara,
tranqüilizando a população, que elevou o consumo de carne de porco per capita
de 12 quilos para 14 quilos no último exercício", segundo ele.
A Comissão de Agricultura do Senado vai convocar os presidentes do Banco do
Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para
abordar a questão do crédito para a suinocultura. O deputado Waldir Collato (PMDB-SC), presidente da Frente Parlamentar da
Agropecuária na Câmara, disse que é preciso cautela num momento em que os
Estados Unidos e o Canadá, que respondem por 40% das exportações mundiais de
suínos, estão com problemas com a doença.
O presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Produtora e
Exportadora de Carne Suína, Pedro Camargo Neto, afirmou que as normas dos
bancos para contratação de crédito não se aplicam à situação de crise que
está sendo vivida, por isso atualmente não foi contratado nem 1% do crédito
prometido pelo governo, desde o início da crise econômica, iniciada nos
últimos meses do ano passado. Ele diz que o destravamento
do setor não depende do Ministério da Agricultura, mas do Ministério da
Fazenda.
Fonte:
Agrolink, acesso em 06/05/2009