Crimes contra animais aumentam na quarentena e exigem atenção redobrada

Ocorrências podem ser sinalizadoras de violência doméstica. “Teoria do Elo” aponta para um padrão do perfil de agressores nos núcleos familiares
Comunicação CRMV-SP

Com o isolamento social necessário para reduzir os casos de Covid-19, há maior convivência entre os familiares nas residências e destes com seus animais. Infelizmente, durante este período, dados têm demonstrado o aumento do número de casos de violência doméstica e de maus-tratos contra cães, gatos e outras espécies de companhia.

Não é apenas na alta das estatísticas que esses crimes têm pontos em comum. Autores de crueldades contra animais são potenciais agressores/abusadores de pessoas. É o que explica a chamada “Teoria do Elo”.

A Teoria do Link – também conhecida como Teoria do Elo – surgiu há quase 50 anos, nos Estados Unidos, após estudos baseados em casos reais levarem ao entendimento de que autores de crueldades contra animais são potenciais agressores/abusadores de pessoas, em especial de populações consideradas vulneráveis.

Um levantamento feito pelo autor do livro “Maus-tratos aos Animais e Violência Contra Pessoas”, Marcelo Robis Francisco Nassaro, mostra que, dentre as mais de 600 pessoas autuadas por maus-tratos a animais pela Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo, em 2013 e 2014, 34% possuíam registros por outros crimes, sendo que os mais violentos – de lesão corporal, homicídio e estupro – representam 20% do total registrado.

Alerta em meio ao isolamento social

O cenário desenhado pela quarentena tem sido motivo de alerta para o aumento da violência doméstica, praticada no núcleo familiar, contra mulheres, idosos, crianças e adolescentes e pessoas com deficiência. Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, entre 1º/03 e 18/05, houve crescimento nas denúncias de violência a grupos vulneráveis.

O registro foi de 12,1 mil casos, no País, só neste período, sendo São Paulo o estado com maior concentração (3,4 mil). Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) mostram que 20 casos resultaram em feminicídio em março deste ano,alta de 53% comparado aos 13 registrados no mesmo mês do ano passado.

Aumento de ocorrências

No que diz respeito a ocorrências de crimes contra cães, gatos e outras espécies de companhia, o aumento foi superior a 10%. Na Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa) da SSP-SP, o número de denúncias passou de 4.108, no início de 2019, para 4.524, no mesmo período deste ano.

Um dos fatores que podem ter contribuído para este acréscimo é o maior tempo de permanência das pessoas em ambiente doméstico e este contexto requer atenção redobrada, seja entre médicos-veterinários, que podem vir a receber casos em suas clínicas, consultórios e hospitais, seja pela população em suas vizinhanças.

Flagrantes e casos suspeitos de violência devem ser notificados à polícia para a proteção dos animais e famílias envolvidas

Como denunciar

– Em caso de crimes contra animais, está disponível a Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa).

– Para denúncias de casos de violência doméstica, é possível registrar ocorrências por meio da Delegacia Eletrônica, e, também, pelo Ligue 180.

– Para ambos os casos, todas as delegacias de polícia físicas também podem ser procuradas. Em situações de flagrante, a Polícia Militar deve ser acionada pelo 190.

 

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