Na última quarta-feira (07/06), o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Odemilson Donizete Mossero, assinou acordo inédito junto ao Governo do Estado de São Paulo para integrar a operação “São Paulo sem Fogo”, projeto que visa prevenir e combater incêndios florestais e queimadas em grandes áreas verdes próximas a regiões rurais e urbanas.

O termo de intenções, que visa garantir a atuação do Regional junto ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar e à Defesa Civil do Estado nas ações de atendimento a catástrofes que envolvam animais, é uma conquista da Comissão de Resgate Técnico Animal e Medicina Veterinária de Desastres da autarquia, e da médica-veterinária Bianca Colepicolo, que atuou como voluntária nas ações de resgate de animais na tragédia causada pelas fortes chuvas em São Sebastião, no início deste ano.

“A oficialização da ação conjunta permitirá a padronização das ações voluntárias junto às autoridades nas situações de emergência. Com isso, poderemos estruturar, de maneira sólida e efetiva, a resposta aos animais”, explicou o presidente da Comissão de Resgate Técnico Animal, Leonardo Maggio.

Bianca foi quem articulou o contato da Comissão junto aos vários voluntários que atuavam nas ações de resgate animal no litoral paulista, e também quem entregou ofício ao secretário de Relações Instituições, Gilberto Kassab, sinalizando o interesse de parceria do CRMV-SP junto à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar.

“O trabalho da Comissão e da Bianca foi fundamental para que pudéssemos firmar tal parceria. O acordo técnico é extremamente valioso e contribuirá para a preservação da vida animal e do meio ambiente, gerando impactos para a vida humana. É essencial que o médico-veterinário esteja presente nestes espaços, pois ele é agente da Saúde Única”, disse o presidente da autarquia, Odemilson Donizete Mossero.

O vice-presidente do CRMV-SP, Fábio Manhoso; o presidente da Comissão de Políticas Públicas do Regional, Raphael Hamaoui; e o diretor técnico da autarquia, Leonardo Burlini Soares, também marcaram presença no evento.

Prevenção e parcerias

A operação “SP sem Fogo” é uma parceria entre as Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, e de Segurança Pública com a Defesa Civil do Estado. Além disso, conta também com ações e investimentos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Fundação Florestal (FF) e Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O Governo do Estado investirá mais de R$ 97 milhões.

Em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, o governador Tarcísio de Freitas falou sobre a importância da participação do Conselho no projeto e que o Estado estará de prontidão permanente e com as atenções voltadas para prevenção dos incêndios florestais. “Todo o aparato de equipamentos e tecnologia à disposição dos municípios é para que a gente tenha um bom resultado, evitando as queimadas, a perda de reserva florestal, da fauna e da flora, e do patrimônio. O CRMV-SP entrará como um grande parceiro nos ajudando a cuidar da vida animal”, afirmou o governador.

O secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Lima; a secretária do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende; o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite; o secretário-chefe da Casa Militar e Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil, Coronel PM Henguel Ricardo Pereira; a secretária de Comunicação, Lais Vita; o secretário de Agricultura e Abastecimento, Antônio Júlio Junqueira de Queiroz; e o deputado estadual e presidente em exercício da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Gilmaci Santos, estiveram presentes na solenidade.

Histórico

A Comissão de Resgate Técnico Animal e Medicina Veterinária de Desastres do CRMV-SP já colaborou anteriormente com o Governo do Estado durante incêndio que acometeu em 2021 o Parque Estadual do Juquery, gerido pela Fundação Florestal. O grupo colaborou com a organização dos trabalhos desenvolvidos por profissionais médicos-veterinários, zootecnistas, biólogos e auxiliares na ocasião.

No parque, que concentra o último fragmento de cerrado da região Metropolitana de São Paulo e enfrentou mais de 40 horas de um incêndio responsável por consumir quase 80% de um território de 2 mil hectares, o fluxo de atividades de resgate e assistência a animais foi coordenado por meio de um sistema de comando de incidente, com os voluntários divididos entre operacional, logística, administração e posto médico-veterinário avançado.