É com profundo pesar que o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) informa o falecimento, no dia de hoje (01/05), do médico-veterinário Francisco Cavalcanti de Almeida, aos 86 anos, após ter lutado bravamente contra o câncer, e decreta luto oficial por três dias. Enorme perda para a Medicina Veterinária e a Zootecnia do País, ele foi presidente da autarquia entre os anos de 2006 e 2015 e do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), de 2017 a 2023.
“Ninguém constrói uma casa começando pelo teto, mas a partir dos alicerces”. A frase dita por ele definiu as bases que tornaram o Conselho paulista mais robusto e respeitável perante seus funcionários, profissionais e poder público, no assessoramento eficaz e na condução das questões relativas à Medicina Veterinária e à Zootecnia.
Filho de produtores rurais e nascido em um dia de 1938 que é a representação perfeita de sua jornada, 01 de maio (Dia do Trabalhador), em Goianinha, cidade do interior do Rio Grande do Norte que ele tinha orgulho de divulgar por onde fosse, Almeida (ou Dr. Francisco como era carinhosamente chamado por todos) percorreu um longo caminho até se tornar presidente do CFMV.
Sempre com muitas histórias de superação e garra para contar, fato é que foi técnico agrícola e se graduou em Medicina Veterinária na Universidade Federal Fluminense, em Niterói (RJ), com a intenção de atuar no campo da Medicina Veterinária Preventiva, direcionamento a carreira para a Defesa Sanitária Animal.
Atuou por mais de 30 anos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em que ingressou como office boy, ocupando cargos administrativos e atuando em atividades do Plano Nacional do Melhoramento e do Manejo do Gado Leiteiro, e assumindo o cargo de médico-veterinário efetivo.
Foi chefe do Grupo de Produção Animal, responsável pela equipe de controle de vacinas contra a febre aftosa no Grupo Estadual de Combate à Febre Aftosa, diretor do Departamento de Defesa Agropecuária da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral da Secretaria de Agricultura do estado, em Campinas (SP), diretor técnico e delegado federal na Delegacia Federal de Agricultura do Mapa, em São Paulo, e diretor federal de Agricultura e Reforma Agrária.
Após fazer o curso de Produção e Controle de Vacinas contra a Febre Aftosa no Centro Pan-americano de Febre Aftosa, estagiou no Laboratoire de Virologia de Maison D’Alfort e no Laboratoire de Virologia Animale de Lyon, ambos na França.
Em 2002 foi eleito e em 2006 tomou posse como presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP), sendo reeleito para as gestões dos triênios 2009 a 2012 e 2012 a 2015. Com a missão de reconstruir a entidade e valorizar as profissões, promoveu a expansão das regionais de sete para dez unidades, implantado nas cidades de Santos, Taubaté e Campinas; a ampliação da frota de veículos de três para 19; o primeiro concurso para a contratação de fiscais médicos-veterinários; firmou convênio inédito entre conselhos com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) de São Paulo, e foi responsável pela aquisição e início do projeto de reforma do edifício-sede da autarquia.
Como presidente do regional paulista, colocou como meta de sua gestão abrir as portas do Conselho para o mundo. E foi daí que surgiu a importante mensagem proferida pela médico-veterinário e que carregamos até hoje, agora estampada na parede da sede reformada do Regional, para eternizar o seu legado. “O conselho é de todos”.
Sempre disposto, ao deixar o Regional já ganhou incentivo dos colegas mais próximos para concorrer à presidência do CFMV em 2017. Três anos depois, foi reconduzido ao cargo para sua segunda gestão a frente do Federal, com a missão de “integrar, valorizar e empreender – gerando valor para o Sistema CFMV/CRMVs, profissionais e sociedade”.
Já lutando contra o câncer e ainda como presidente do CFMV, esteve no CRMV-SP em setembro de 2023 durante a reinauguração da sede após a tão sonhada reforma, ocasião em que recebeu o Colar de Honra ao Mérito Legislativo da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e homenagens do Regional e dos funcionários que ele sempre cumprimentou pelo nome e conhecia suas histórias. Em dezembro, presidiu a última Câmara Nacional de Presidentes do Sistema CFMV/CRMVs e encerrou sua gestão dando posse a sua sucessora.
São tantos os feitos e contribuições para as profissões e para a sociedade que se torna impossível descrevê-los nessa breve homenagem póstuma. A melhor maneira de celebrar a memória de Almeida é lembrar que os resultados de sua dedicação, inspiração e valores sólidos mudaram muitas vidas.
Francisco Cavalcanti de Almeida deixa a esposa Lucinda, as três filhas Caroline, Daniele e Anelise, e quatro netos, a quem o Regional manifesta as mais sinceras condolências. A família CRMV-SP está em luto e agradecida pela oportunidade de ter convivido com Almeida, sua força e incentivo. A reconstrução da entidade e a sede do Regional são resultado do seu esforço e amor pela Medicina Veterinária e a Zootecnia. O Conselho é de todos, e sempre será seu!