CRMV-SP lança guia sobre como evitar problemas com clientes e prevenir processos éticos

Publicação reúne casos reais para exemplificar erros mais recorrentes e o que acontece em um processo ético
Texto e imagem: Comunicação CRMV-SP

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) lança o “Guia da boa relação entre médicos-veterinários, seus pacientes e clientes – Como evitar processos ético-profissionais”, documento que desperta a atenção dos profissionais a respeito de pontos sensíveis na relação com clientes com o objetivo de auxiliar na prevenção de processos ético-profissionais e, até mesmo, judiciais. A publicação reúne casos reais, resguardando o sigilo das partes, que exemplificam as situações mais recorrentes.

A elaboração do guia surgiu a partir da análise das principais ocorrências de denúncias éticas e dos processos efetivamente instaurados no Conselho nos últimos anos. “Observamos que muitos dos processos éticos são instaurados a partir de um descuido do médico-veterinário em relação ao trato com o cliente. Este documento poderá ajudar o profissional a adotar algumas medidas no dia a dia para evitar dissabores na relação com seu cliente e, desta forma, prevenir a abertura de processos ético-profissionais”, explica a autora do guia, a conselheira Mirela Tinucci Costa.

O trabalho de análise que embalou a publicação foi iniciado pela, já extinta, Comissão de Estudos e Estatísticas dos Processos Éticos-Profissionais, liderada pela integrante da atual gestão do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Mitika Kuribayashi Hagiwara. Uma das colaboradoras do estudo, a médica-veterinária conta que, durante sua atuação como conselheira no Regional São Paulo, acompanhou de perto os processos éticos e a gravidade dos fatos em alguns casos. “Neste período, iniciamos as análises dos processos e um trabalho de sensibilização dos profissionais, a fim de se precaverem adotando medidas e se comunicando melhor com os tutores, mantendo sempre os registros e prontuários documentados”, explica.

O guia reúne os casos mais recorrentes e disponibiliza exemplos do que acontece em um processo ético. “São casos reais, resguardado o sigilo necessário, que poderão servir como exercícios de reflexão para os profissionais. Atualmente o maior número de processos está relacionado à anestesia animal e estão vinculados a profissionais mais jovens e menos preparados. Este é um trabalho orientativo, visando minimizar as possíveis falhas e, consequentemente, reduzir o número de processos éticos”, enfatiza a conselheira.

Com linguagem simples, a publicação poderá ser facilmente disponibilizada aos profissionais já em atuação, mas também aos docentes da graduação em Medicina Veterinária, em especial os da disciplina ética. “Vai servir para que a gente possa distribuir, principalmente, nas escolas de Medicina Veterinária, a fim de que o profissional que vai se formar fique alerta e não enfrente problemas futuros, e também para que conheça o trabalho do Conselho”, afirma a conselheira.

Para o presidente do Regional, Odemilson Donizete Mossero, a produção do guia é de suma importância, tendo em vista, principalmente, dois aspectos. “Além de orientar e alertar sobre a questão da ética, podendo ser utilizada nas aulas de Ética e Deontologia das universidades, esta é uma forma de devolutiva de nossa atuação para a categoria, já que as funções mais importantes do Conselho são a fiscalização e o atendimento às denúncias de infrações éticas”, conclui. O guia contou também com a colaboração da conselheira do Regional, Suely Stringari de Souza.

Diálogo e empatia

Mirela reforça que as relações entre as pessoas são de essencial importância para um bom entendimento entre as partes. “O respeito deve ser mútuo, lembrando que tanto o tutor, como o profissional, são humanos e estão sujeitos às intercorrências da vida, passando por períodos difíceis”, pontua a médica-veterinária.

Embora a Medicina Veterinária seja uma ciência capaz de reconhecer um problema e adotar condutas que possam solucioná-los, nem sempre essa equação é assim tão simples. “Por esse motivo, o médico-veterinário deve ser muito sincero e claro com o tutor do animal. É sua responsabilidade fornecer laudos e documentações, explicar o que foi detectado quanto à saúde do pet e quais meios e métodos poderão ser adotados para sua recuperação”, esclarece.

Orientação, e não punição

A conselheira do CFMV explica que, de modo geral, os processos éticos são sigilosos, e muitos médicos-veterinários desconhecem as infrações éticas mais frequentes. Por meio da leitura do guia, poderão tomar medidas para não serem surpreendidos por denúncias dos tutores. “A ideia é trabalhar com a prevenção, e não apenas com a punição”, pontua.

Mitika cita alguns exemplos mais recorrentes de infrações, como a realização de procedimentos sem a assinatura de Termo de Consentimento e a recusa em entregar o prontuário do animal ao tutor. “A não indicação de exames complementares quando necessários, partindo da pressuposição de que o tutor não poderá arcar com os custos, também se configura como falta ética”, reforça a médica-veterinária.

O mais importante é pautar os trabalhos no Código de Ética Profissional do Médico-Veterinário e desenvolver habilidades humanísticas. “Somente desta forma é possível diminuir o número de denúncias e processos éticos, e proteger os bons profissionais”, finaliza Mitika.

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