Dia Mundial da Alimentação: pet food movimenta o mercado brasileiro

Tutor deve ficar atento e só oferecer alimentos com a orientação do médico-veterinário
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Pexels

O mercado pet brasileiro está em franca expansão e teve um faturamento de R$ 20,3 bilhões em 2018. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) mostram que quase 74% desse montante correspondem à participação do setor de alimentação para animais de companhia (pet food).

Com um peso considerável na economia do País, a nutrição animal é cada vez mais pautada pela qualidade e pela segmentação em favor da saúde e longevidade dos animais de companhia. E em tempos em que a informação é disseminada pelas redes sociais, sites e blogs, há que se ter muito cuidado ao escolher deliberadamente a dieta de seu cão ou gato.

A alimentação dos animais de companhia conta, hoje, com uma segmentação ampla, fruto de pesquisa e desenvolvimento nutricional. “São quatro categorias oficialmente reconhecidas: alimento econômico, padrão ou standard, premium e super Premium; e para cada categoria, temos subcategorias”, ressalta Yves Miceli de Carvalho, médico-veterinário, nutrólogo e presidente da Comissão Técnica de Nutrição Animal (CTNA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

O zootecnista João Paulo Fernandes Santos, que também integra a CTNA, destaca que essa segmentação possibilitou ao profissional adequar a alimentação às necessidades do animal, promovendo qualidade de vida e longevidade. Há três tipos: os completos – para animais saudáveis; os coadjuvantes – para animais com distúrbio fisiológico ou metabólico; e os específicos, com ou sem valor nutricional – são os petiscos, usados como recompensa.

Alimentação “natural”

Com o mercado de alimentação pet em expansão, o tutor precisa ficar atento e recorrer sempre ao médico-veterinário antes de oferecer novos produtos ao seu animal de companhia. “O alimento ideal é aquele que supre as necessidades, de acordo com a faixa etária. Seja caseira ou caseira industrializada, a dieta deve ser elaborada por um profissional; o que não pode é elaborar com base na alimentação humana”, afirma Carvalho.

Santos ressalta que os animais necessitam de nutrientes de forma balanceada e com controle de qualidade. Por isso, ao adquirir alimentos preparados, o tutor deve observar se a empresa responsável possui registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “A confiabilidade e a segurança alimentar vem desse registro. A manipulação inadequada, sem responsável técnico, pode acarretar na contaminação durante o processo de fabricação”.

Perigo da falta de orientação

Oferecer alimentos sem a orientação profissional pode ser perigoso, porque há nutrientes que os animais não conseguem assimilar. “A alimentação dos cães deve ser mais focada em gordura e a do gato em proteína. Oferecer dieta humana com dois terços de amido a um gato poderia matá-lo. O cão tem absorção de carboidrato média menor que os humanos e maior que os gatos”, afirma Carvalho.

Ou seja, é preciso controlar criteriosamente a dieta dos animais. Nada de buscar fórmulas mágicas na internet, “o tutor não é preparado para avaliar se o alimento é bom ou não para seu animal. É importante que a avaliação nutricional seja feita pelo médico-veterinário”, conclui Santos.

Obesidade: manejo e humanização

O manejo errado pode acarretar doenças antes erradicadas, como subnutrição e deficiências vitamínicas. Carvalho alerta também para o percentual de animais obesos domiciliados, que, no Brasil, corresponde a cerca de 30% dos pets. “A obesidade tem perfil multifatorial, entre os fatores: raças predispostas, castração, entre outros. E a humanização está ligada ao excesso, a oferta de quantidade calórica superior ao que o animal realmente precisa”, afirma.

Para João Paulo Fernandes Santos, o estilo de vida do tutor também afeta diretamente no ganho de peso do pet. “Somos sedentários e confinamos os animais em espaços cada vez menores. Por isso, é importante adequar a quantidade de alimento e manter uma atividade física para que o animal não ganhe peso.”

Recomendações para o pet crescer e amadurecer saudável:

1- Leve seu animal ao médico-veterinário, só ele pode prescrever a dieta ideal para seu pet;

2- Não ofereça qualquer tipo de alimento para o animal sem orientação profissional;

3- Mantenha o manejo nutricional adequado, ofereça quantidade correta em horários definidos;

4- No caso dos cães, não deixe o alimento à disposição o dia todo;

5- Mantenha uma rotina de atividade física do seu cão, evite o sedentarismo;

6- Cuidado com a obesidade, ela reduz a qualidade e o tempo de vida do animal;

7- Lembre-se que o manejo nutricional é essencial para prevenir e auxiliar no tratamento de afecções clínicas;

8- A saúde começa pela alimentação.

Relacionadas

Firefly_cachorro e gatinho com roupinhas cor de rosa 387837
29.09.2025_Dia do Idoso_Materia
Um cachorro com cara triste, deitado no chão com uma corrente grossa no pescoço.
Três mulheres pousando para foto na frente de um painel roxo escrito Pet Comportamento em letras brancas. Da esquerda para a direita são elas: Deputada estadual Clarice Ganem, a vice-presidente do CRMV-SP Carolina Saraiva de Filippos e a presidente do CRMV-SP, Daniela Pontes Chiebao.

Mais Lidas

Diagnóstico por imagem é uma das especialidades reconhecidas pelo CFMV
Crédito: Acervo CRMV-SP
Notebook com a tela inicial da Solução Integrada de Gestão do CRMV-SP (SIG CRMV-SP)
Responsável técnico é a figura central que responde ética, legal e tecnicamente pelos atos profissionais da empresa
Crédito: Freepik
Em São Paulo, a primeira instituição destinada ao ensino da Veterinária teve origem no Instituto de Veterinária, nas dependências do Instituto Butantan, no ano de 1919 Crédito da foto: Acervo Histórico/FMVZ-USP

Contato

(11) 5908 4799

Sede CRMV-SP 

Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo

Newsletter

Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0001-40

DPO do CRMV-SP: Zanandrea Freitas – zanandrea.dpo@crmvsp.gov.br