No dia 20 de janeiro, celebra-se o Dia Mundial do Queijo, um alimento amplamente apreciado por seu sabor e valor nutricional. Essa data foi escolhida em homenagem a São Lúcio de Cavargna, reconhecido como o padroeiro do queijo.
O Brasil se destaca como um dos maiores produtores de queijo do mundo. Em 2023, o país conquistou 81 medalhas no Mondial du Fromage, um renomado evento que premia os melhores queijos do planeta e que acontece na França. Entre os vencedores, destacam-se os queijos Cuesta 10 meses, Cuesta 8 meses, Cuestazul e Mandala, todos produzidos em Pardinho, interior de São Paulo, que foram agraciados com medalhas de bronze e prata.
Em 2024, ocorreu o 3º Mundial de Queijo do Brasil, onde São Paulo também se destacou com seis vencedores na categoria Super Ouro. Um momento marcante ocorreu quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva presenteou o presidente da França, Emmanuel Macron, com um queijo Cuesta durante a visita do líder francês ao País.
Duas vezes vencedor na categoria Super Ouro do 3º Mundial de Queijo do Brasil, Valdecir Marvulle, médico-veterinário e responsável técnico (RT) do Capril Salto do Panema, enfatiza a importância de os produtores de queijos artesanais manterem rigorosos padrões de higiene em todas as etapas da produção. Isso abrange desde a ordenha até o processamento e maturação dos queijos, assegurando, assim, a qualidade e a segurança do produto, além da saúde dos animais.
“No Capril Salto do Panema, os animais recebem cuidados preventivos desde a infância, incluindo vacinas contra diversas doenças, como clostridioses, raiva, doenças respiratórias, linfadenite caseosa e leptospirose. Além disso, são alimentados com rações balanceadas, adequadas a cada idade e estágio de produção. Esses cuidados garantem a saúde dos animais e, consequentemente, a qualidade do leite utilizado na fabricação dos queijos”, afirmou o responsável técnico.
Padrões sanitários
A presença de um médico-veterinário na produção de queijos é fundamental para garantir que os produtos atendam aos rigorosos padrões sanitários exigidos, resultando em itens de alta qualidade e seguros para o consumo. No entanto, engana-se quem acredita que basta seguir os cuidados necessários na produção para iniciar a comercialização.
De acordo com Victor Chiaroni Galvão, assessor técnico do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), a venda de produtos de origem animal só é permitida após uma fiscalização prévia, que avalia tanto a conformidade industrial quanto a sanitária.
Os produtores de queijo precisam estar registrados no CRMV-SP, com responsável técnico médico-veterinário, e no serviço de inspeção, além de cumprirem as normas e boas práticas agropecuárias e de fabricação. “Para comprovar que um produto, como o queijo, passou por esse processo de inspeção, ele deve apresentar um selo, que pode ser municipal, estadual ou federal, dependendo do tipo de comércio do estabelecimento”, explica Victor.
Além disso, os produtos de origem animal podem contar com o selo do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA), que permite a comercialização em todo o território nacional, embora não autorize a exportação.
Produtos artesanais
No caso de produtos artesanais, a regulamentação exige ainda mais rigor. “Se o produtor deseja classificar seu produto como artesanal, deve cumprir os requisitos estabelecidos pela Lei nº 13.860/2019 e pelo Decreto nº 11.099/2022”, orienta Victor Galvão, assessor técnico do CRMV-SP.
Os selos de identificação artesanal são certificados que garantem que os produtos de origem animais foram elaborados de acordo com métodos tradicionais, respeitando características regionais e culturais. “A certificação, emitida por serviços de inspeção oficiais, assegura que esses produtos possuem propriedades organolépticas únicas e são produzidos de maneira artesanal, seguindo as boas práticas agropecuárias e de fabricação”, enfatiza.
Dessa forma, a conformidade com as normas de segurança alimentar é essencial para a comercialização de queijos e outros produtos de origem animal, garantindo a saúde dos consumidores e a valorização das tradições regionais.
A atuação do zootecnista
No campo da tecnologia, bem-estar e nutrição dos animais nessas propriedades, o zootecnista também desempenha um papel fundamental com o desenvolvimento e aprimoramento das técnicas de gestão.