Resultado do cruzamento genético entre o gado Holandês e o gado Gir, o gado híbrido está cada vez mais presente em fazendas produtoras de leite de estados como Pará e Alagoas graças a uma técnica de produção in vitro de embriões (conhecida como PIVE) aprimorada pela empresa In Vitro Brasil. O resultado é a alta produção leiteira e a resistência a doenças, alterações climáticas e a escassez de água e de alimento.
Sediada em Mogi Mirim, no interior de São Paulo, a empresa brasileira de biotecnologia de reprodução animal tem pesquisas apoiadas pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) desde 2007. Com a crescente demanda por embriões mais eficientes, a empresa começou nessa época a direcionar recursos para consolidar seu departamento de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
“Detemos mais de 45% do mercado mundial de produção in vitro de embriões bovinos, e em 2013, produzimos cerca de 260 mil embriões bovinos e estimamos que nossa participação nesse mercado, em que o Brasil é líder, tenha aumentado ainda mais”, diz Andrea Cristina Basso, diretora de pesquisa da In Vitro Brasil.
A empresa foi fundada em 2002, em um momento em que a técnica de PIVE começou a despontar como negócio no Brasil, o primeiro país a aplicá-la comercialmente. A técnica apresentava na época algumas limitações, como o tempo restrito para coleta e envio ao laboratório dos oócitos (células sexuais produzidas nos ovários dos animais), além da impossibilidade de congelar e estocar os embriões.
Além disso, a produção de embriões era baixa, as taxas de gestação eram insatisfatórias e havia muitos problemas no nascimento. Por essas razões, os embriões produzidos por meio dessa técnica eram muito caros para os pecuaristas e, portanto, aplicados, em sua maioria, apenas em animais de alto valor genético, especialmente em gado de corte da raça Nelore, comenta Andrea Cristina.
“A produção in vitro de embriões bovinos não era eficiente a ponto de ser transformada em um negócio, nem apresentava resultados significativos porque ainda estava pouco desenvolvida. Foi necessário torná-la aplicável comercialmente”, avalia a pesquisadora.
Fonte: Agência FAPESP