Estação mais quente do ano traz riscos para a saúde dos animais de estimação.

Especialistas indicam cuidados redobrados na época em que as temperaturas elevadas e as viagens podem comprometer o bem-estar dos pets
Texto: CRMV-SP/ Foto: Pixabay

Os dias mais longos e temperaturas elevadas são algumas das características que definem a nova estação que começa hoje (21/12) e segue até 20 de março. Nesse período associado às festas e férias é cada vez mais comum observar a inserção dos animais de estimação nas atividades familiares, muitas vezes sem a preocupação com as necessidades características de cada espécie.

A médica-veterinária Rosangela Ribeiro Gebara, integrante da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), lembra que as temperaturas elevadas não são os únicos motivos pelos quais os cuidados devam ser intensificados. “Nessa época do ano também há o aumento da infestação de parasitas como pulgas, carrapatos e vermes, além das doenças transmitidas pela picada de mosquitos.”  

Rosangela ressalta que os médicos-veterinários exercem o papel fundamental de orientadores não apenas no verão, mas durante o ano todo, de forma a garantir a segurança dos animais e auxiliar no equilíbrio da saúde pública, evitando a proliferação das zoonoses. 

“Quando há uma relação de confiança com os tutores e veterinários fica mais fácil desenvolver a consciência sobre a sensibilidade dos animais e o quanto dependem de cuidados preventivos constantes como a atualização vacinal, alimentação específica, vermifugação, higiene e até mesmo problemas emocionais desencadeados pela inserção de hábitos humanos que interferem na rotina e provocam estresse nos animais”, afirma.   

Conhecendo melhor seus pets e suas respectivas limitações os tutores adotam iniciativas simples como evitar a “a exposição ao sol em horários inapropriados entre 10h e 16h porque as calçadas quentes causam a queimadura dos coxins ou almofadinhas das patas e na pele. Um tutor responsável jamais vai deixar seu animal dentro de um veículo sabendo que pode ocorrer hipertemia e síncopes que levam à morte em minutos”, reforça Gebara.

Atuante na área de Clínica de Pequenos Animais, a presidente da Comissão de Entidades Regionais Veterinárias do CRMV-SP, Maria Cristina Timponi, ressalta que as recomendações para idosos, filhotes e obesos são ainda mais rigorosas, “nesses casos, os animais têm a imunidade mais frágil e, por isso, são mais suscetíveis às doenças exigindo atenção especial com alimentos, hidratação e limitação de mobilidade”, alerta.

Desidratação e doenças sazonais

Com as altas temperaturas, é preciso atenção aos casos de hipertermia e insolação. “Os animais braquicefálicos, com focinhos curtos, têm mais dificuldade de resfriar o ar quente. É preciso ficar atento aos sintomas como respiração ofegante, saliva espessa e mucosa escura, o que exige socorro imediato de um médico-veterinário. A insolação pode ocorrer também durante passeios ou em ambientes sem sombra e água em abundância”, reitera Rosangela.

No verão existe maior incidência, também, de doenças sazonais, como alérgicas, virais ou causadas por protozoários. Segundo a integrante da Comissão de Bem-estar Animal do CRMV-SP, a umidade pode desencadear processos alérgicos. Em todos os casos, os procedimentos de prevenção e manutenção da higiene dos animais e dos ambientes são os meios mais adequados para garantir saúde e bem-estar.  

“A leishmaniose, por exemplo, é causada pelo mosquito palha, que se reproduz com mais facilidade em temperaturas altas e umidade, assim como a dirofilariose ou verme do coração, que também é transmitido pela picada de mosquitos. Em relação aos ectoparasitas como pulgas, é no verão que ocorre eclosão dos ovos e aumento na infestação”, destaca.

Refrescando o pet

Sobre a incidência do sol, Rosangela chama a atenção dos tutores, ainda, para cuidados especiais com os cães e gatos que tenham focinho, plano nasal, pálpebras e orelhas brancas por serem mais susceptíveis às lesões que, sem cuidado adequado podem causar câncer de pele. “Nesses casos, os tutores precisam aplicar protetor solar e, o mais importante, manter os animais sempre na sombra.”

A médica-veterinária da Comissão de Bem-estar Animal do CRMV-SP afirma que gatos e cães de pelos longos podem se beneficiar da ‘tosa de verão’ com o resfriamento corporal. No entanto, a profissional lembra que cães das raças “husky siberiano e akitas são protegidas por um ‘sub-pelo’ que promove o isolamento do calor, por isso não é recomendada a tosa total, mas sim a higiênica”.

Maria Cristina pondera que uma dica prática é oferecer algo refrescante aos pets, como sorvetes específicos para animais ou então frutas que são uma opção saudável. “Os sorvetes humanos com lactose podem causar diarréias. Melancia e melão gelados ou congelados podem ajudar na manutenção da temperatura. Nada, entretanto, substitui a sombra e a água fresca em abundância”, conclui.

Alimentação saudável e viagens

Para Maria Cristina Timponi, as viagens são sempre motivo de preocupação para os tutores. Há dúvidas sobre levar ou não os animais; o tempo da viagem; meio de locomoção; ou se é mais viável deixá-los sob os cuidados de locais especializados.

Não há fórmula pronta, cada caso é um caso. Por isso, Maria Cristina recomenda obter a orientação de um profissional que conheça o histórico do animal. “O fundamental é que os animais estejam vacinados, vermifugados e fazendo uso de antiparasitários. A avaliação de saúde feita por um profissional é o que fará a diferença em qualquer situação, especialmente nessa época do ano.”

Para quem vai viajar e pretende deixar o animal, a presidente da Comissão de Entidades Regionais Veterinárias do CRMV-SP diz que é imprescindível deixar o contato do médico-veterinário para seja acionado em casos de emergência. Mas se a ideia é levar o animal, a recomendação é de que seja feita uma consulta prévia com profissional habilitado, que também poderá orientar sobre a utilização de ansiolíticos ou outros medicamentos, a montagem de um kit de primeiros-socorros e a escolha de itens de segurança, como caixa de transporte e cinto de segurança.

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