As principais estratégias contempladas no Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa) estão fundamentadas, segundo a médica-veterinária Margareth Elide Genovez, presidente da Comissão Técnica de Saúde Animal (CTSA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), na qualidade e na eficiência de quatro pilares.
O primeiro baseia-se nos serviços veterinários oficiais, por meio da normatização das práticas de campo, cadastramento do setor agropecuário, vigilância sanitária e da garantia de continuidade da vacinação dos rebanhos. O segundo fundamenta-se nos laboratórios de diagnóstico, por meio da atualização e qualificação de seus métodos. O terceiro está ligado à produção de vacina de comprovada eficácia e qualidade. Por fim, a manutenção de programas de informação e educação continuada em saúde animal para os médicos-veterinários.
O médico-veterinário Odemilson Donizete Mossero, vice-presidente do CRMV-SP e integrante da Comissão Técnica de Saúde Animal (CTSA) do Regional, ressalta o papel dos médicos-veterinários, que têm o conhecimento científico da doença e cuja expertise deu origem às medidas técnicas dos programas preventivos, mas destaca que o sucesso depende de um trabalho em conjunto.
“Para todo programa sanitário evoluir, é preciso a participação de todos os agentes envolvidos, principalmente o produtor e demais lideranças rurais, além da classe política regional e nacional, juntamente com o serviço oficial de Defesa Sanitária Animal”, enfatiza Mossero.
Benefícios para o mercado brasileiro
Com relação às vantagens da conquista do status de livre de febre aftosa, Margareth pontua o aspecto comercial e a redução dos riscos e custos de abate sanitário de rebanhos interditados pela doença. “O efeito notório é o resgate da imagem da qualidade da carne, leite e produtos derivados, implementando significativamente o comércio nacional e o internacional, com a eliminação de barreiras exportadoras, com retorno positivo ao PIB”.
Para Mossero, o Agronegócio brasileiro terá ganhos importantes graças a essas garantias sanitárias do País e dos estados, não só por causa da febre aftosa erradicada, mas porque o Brasil terá um sistema de Defesa Sanitária ainda mais confiável. “Estamos muito próximos disso”, conclui.