Febre amarela impõe desafios em áreas urbanas e de proteção

Uma vacina para primatas reforçaria o combate à proliferação da doença
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Pixabay

No perímetro urbano, as ações de vacinação e de cuidados básicos para impedir a proliferação de mosquitos têm se mostrado eficientes no combate a febre amarela. Já em áreas de florestas, a ação ainda é limitada, mas pode e deve ser feita.

Marcello Nardi, médico-veterinário da Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre da Prefeitura do Município de São Paulo e presidente da Comissão Técnica de Médicos-veterinários de Animais Selvagens (CTMVAS), do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) já integrou equipes de vigilância ativa, com ações de captura de macacos, identificando animais doentes, junto à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.

“Combater o mosquito vetor da febre amarela na mata é um desafio maior. A proliferação do Aedes aegypti depende da vigilância da ação dos humanos, impedindo locais de foco de reprodução, como a água parada. Na mata, não podemos usar qualquer medida que desequilibre o meio ambiente”, explica Nardi.

Nos zoológicos, em períodos de surto da doença, os cuidados devem ser redobrados. “São instituídos procedimentos de quarentena para animais recebidos, avaliação necroscópica de mortos, coleta e encaminhamento de amostras para diagnóstico e proteção dos primatas residentes, por meio de telas mosquiteiro nos recintos”, afirma a médica-veterinária Claudia Igayara de Souza, integrante da CTMVAS, do CRMV-SP.

Em busca de uma vacina

Claudia lembra que, por estarem tão próximos dos animais que são peças-chave para o controle e prevenção da febre amarela, diversos médicos-veterinários estão envolvidos em pesquisas sobre a doença nas diferentes espécies e, inclusive, na busca por uma vacina para os macacos.

Nardi é otimista em relação às pesquisas. Uma vacina para primatas reforçaria o combate à proliferação do vírus. “Laboratórios de referência estão tentando criar uma vacina para os macacos. A vacinação de humanos, quando testada em animais, acabou matando os primatas. É preciso aprofundar os estudos para que, em breve, tenhamos uma vacina no mercado.”

Transmissão

A febre amarela silvestre é transmitida por mosquitos (Haemagogus e Sabethes) que vivem nas matas e na beira dos rios e o controle da doença neste ciclo desafia profissionais. O ciclo urbano não existe no Brasil desde 1942 e acontece quando a transmissão se dá por meio de um mosquito urbano, o Aedes Aegypti, como acontece com a dengue, zika e chikungunya.

O primeiro caso de febre amarela registrado, no período entre 2017 e 2018, foi em outubro do ano passado. Na ocasião, um óbito humano foi confirmado no estado de São Paulo, com local provável de infecção no município de Caraguatatuba, onde epizootias em primatas não humanos (PNH) haviam sido detectadas meses antes da ocorrência do caso.

Epizootia

“As epizootias são a ocorrência de um grande número de casos de determinada doença em animais, em um curto espaço de tempo, que pode ser ou não acompanhada de mortalidade”, explica a médica-veterinária que integra a Comissão Técnica de Médicos-veterinários de Animais Selvagens do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-SP).

Cães e gatos, por exemplo, não são afetados pela doença. A febre amarela é transmitida, única e exclusivamente, por meio da picada do mosquito vetor. A vacinação no homem é a melhor forma de prevenção.

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