Ferramentas e ações de monitoramento reduzem mortes de animais em rodovias

Por mais alarmantes que sejam, números de atropelamentos é subestimado, mas iniciativas focam na segurança viária e na preservação da fauna brasileira
Comunicação CRMV-SP

Com o objetivo de ajudar a reverter o quadro preocupante de animais mortos em estradas, o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) disponibilizou à sociedade, em 2014, o Sistema Urubu (http://cbee.ufla.br/portal/sistema_urubu/), aplicativo amplamente divulgado, pelo qual motoristas podem enviar informações sobre animais vítimas de acidentes em estradas.

 

Os dados são avaliados, sistematizados e contabilizados para comporem as estatísticas do Urubu Map. No entanto, os recursos para manter o sistema foram finalizados em 2017 e, para continuar a contribuir com o fornecimento de dados, o CBEE viabilizou um novo aplicativo, o U-Safe, mais completo e abrangente, que será mantido por meio de uma startup incubada dentro da Ufla.

 

A previsão é que o lançamento ocorra nos próximos meses. “Será um canal com foco em segurança viária que, com base nos dados sistematizados, avisará os motoristas quando passarem por trechos de risco, sinalizando, inclusive, o grau desse risco”, conta o professor Alex Bager, coordenador do CBEE.

 

Ele explica que o novo app agregará o Sistema Urubu, permitirá o envio de mais imagens e passará a receber informações sobre animais domésticos também. “Estamos criando um círculo virtuoso de informação à população, aos governos, concessionárias de rodovias e diversos órgãos, que contribuirá para com a proteção de animais e de pessoas.”

 

 

Ações que vão além

Mantido por financiadores, o Projeto Bandeiras e Rodovias (https://www.tamanduabandeira.org/) realizou, por três anos, o monitoramento quinzenal da fauna silvestre atropelada nas principais rodovias do Mato Grosso do Sul, tornando-se uma referência nesse tipo de ação. Foram aproximadamente 1,2 mil quilômetros monitorados quinzenalmente, representando 15% das rodovias pavimentadas do Estado.

 

“O objetivo foi quantificar, mapear e identificar os principais trechos de atropelamento, para entender os impactos e consequências na fauna silvestre. A ideia é, a partir daí, propor medidas para reduzir essa ameaça”, afirma a médica-veterinária Débora Regina Yogui, que atua no projeto.

 

 

Números subestimados

No período, houve o registro de mais de 11,8 mil animais vítimas de colisões com veículos. Nesse universo, foram contabilizadas 145 espécies. Os principais mamíferos foram tatu-peba, cachorro-do-mato, tatu-galinha, tamanduá-bandeira, capivara, tamanduá-mirim e anta. “Por mais alarmante que seja, esse número é bastante subestimado”, afirma Débora.

 

A médica-veterinária argumenta que o projeto também monitora, por meio de rádio-colares GPS, alguns tamanduás-bandeira que vivem próximos às rodovias. “Já monitoramos 50 animais e esses dados vão nos ajudar a entender o padrão de movimento deles e responder perguntas como: quanto, quando e como cruzam as rodovias? Dentre os que atravessam, quantos são atropelados? Assim é possível entender melhor a problemática.”

 

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