Fisioterapia, acupuntura e nutrição em animais: entenda quais profissionais podem realizar atendimento

Profissionais da saúde humana não possuem formação para oferecer tratamentos a animais
Texto: Comunicação CRMV-SP
A foto mostra um cão sendo examinado com estetoscópio por médico-veterinário.
Foto: Freepik

O artigo 5º da Lei nº 5.517/1968 estabelece que a competência para a prática clínica de animais, em todas as modalidades, é privativa do médico-veterinário. Portanto, dentistas, fisioterapeutas, acupunturistas e nutricionistas de humanos, ainda que tenham sólidos conhecimentos, não estão aptos a tratar animais. A nutrição animal também pode ser exercida por zootecnistas.

“O médico-veterinário recebe na graduação conhecimentos técnicos imprescindíveis para a boa prática da clínica médica e, após a graduação, ele deve fazer a capacitação que lhe garante o conhecimento das técnicas de manipulação e uso correto dos recursos físicos”, diz Cláudio Ronaldo Pedro, presidente da Comissão de Fisioterapia Veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), a respeito da formação do profissional para a prática fisioterapêutica.

A acupuntura, por exemplo, é considerada uma atividade clínica, exclusiva do médico-veterinário. Inclusive, a titulação de especialista em acupuntura veterinária é reconhecida pelo CFMV (Resoluções CFMV nº 935/2009 e nº 1.051/2014). Da mesma forma, apenas médicos-veterinários podem fornecer laudos de exames e análises clínicas, bem como realizar anestesias e cirurgias em animais.

Já na Lei nº 5.550/1968, as áreas de atuação do zootecnista são abordadas, entre as quais está a nutrição animal, o melhoramento genético animal, tecnologias voltadas ao comportamento e bem-estar animal, estudos de impacto ambiental, entre outras.

A prática em animais por profissionais não habilitados é considerado exercício ilegal da Medicina Veterinária e da Zootecnia, podendo a pena ser prisão simples de 15 dias a 3 meses ou multa por contravenção penal. Ressalta-se, entretanto, que já há entendimento de que o exercício ilegal das profissões pode ser também caracterizado como maus-tratos a animais, crime previsto em lei, cuja pena de reclusão pode ser de dois a cinco anos.

Nutrição
Foto: Freepik

Para atuar na nutrição animal, tanto médicos-veterinários quanto zootecnistas recebem não apenas o conhecimento sobre nutrientes, que nutricionistas de humanos também possuem, mas também sobre a fisiologia, a anatomia, as estruturas para desenvolvimento e manutenção dos animais.

Para nutricionistas de humanos poderem atuar no segmento animal, seria preciso fazer graduação também em uma das áreas. “Levei quase dez anos de estudo para ter especialização. É recomendável até mesmo para médicos-veterinários e zootecnistas continuarem seus estudos a fim de obter maior conhecimento”, opina Yves Miceli de Carvalho, presidente da Comissão de Nutrição Animal do CRMV-SP, sobre a formação necessária.

José Roberto Sartori, membro da Comissão de Zootecnia e Ensino do CRMV-SP, destaca a formação recebida pelo zootecnista na graduação. Além de disciplinas como química e bioquímica, que nutricionistas também possuem, há as de anatomia, fisiologia, morfologia e embriologia dos animais.

O membro da Comissão de Zootecnia comenta que em seguida são ministradas no curso as matérias específicas como fundamentos de nutrição animal, nutrição de não-ruminantes, nutrição de animais de companhia, nutrição de peixes, que fornecem conhecimento sobre metabolismo e digestão. Ele ainda cita outras, como alimentos, bromatologia e formulação de ração. Posteriormente, Sartori, por exemplo, fez cursos de especialização, mestrado e doutorado na área a fim de se aprimorar mais na temática.

O título de especialista em nutrição de cães e gatos, para médicos-veterinários ou zootecnistas, e nutrição e nutrologia de cães e gatos, para médicos-veterinários, é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) por meio das Resoluções CFMV nº 935/2009 e nº 1.464/2022.

Fisioterapia

Há mais de 20 anos existem cursos de capacitação e aprimoramento para os médicos-veterinários que desejam seguir na área, afirma o presidente da Comissão de Fisioterapia Veterinária do CRMV-SP.

“Hoje o segmento é muito bem representado. Não faz o menor sentido outros profissionais, sejam médicos, dentistas, biólogos ou fisioterapeutas, promoverem tratamentos, cirurgias ou atendimentos em animais, já que não foram capacitados para tal função”, aponta ele.

Relacionadas

Mesa com toalha branca contendo 3 placas de homenagem e flores.
09.08.2024_Justiça reafirma necessidade de registro e RT em uma das maiores empresas produtoras de colágeno bovino no mundo_Freepik
No púlpito, o novo presidente da entidade fala ao microfone durante cerimônia de sua posse
A foto mostra um rapaz segurando um cão e ao lados deles está outro rapaz segurando uma agulha.

Mais Lidas

Diagnóstico por imagem é uma das especialidades reconhecidas pelo CFMV
Crédito: Acervo CRMV-SP
Notebook com a tela inicial da Solução Integrada de Gestão do CRMV-SP (SIG CRMV-SP)
Responsável técnico é a figura central que responde ética, legal e tecnicamente pelos atos profissionais da empresa
Crédito: Freepik
Em São Paulo, a primeira instituição destinada ao ensino da Veterinária teve origem no Instituto de Veterinária, nas dependências do Instituto Butantan, no ano de 1919 Crédito da foto: Acervo Histórico/FMVZ-USP

Contato

(11) 5908 4799

Sede CRMV-SP 

Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo

Newsletter

Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0001-40