FMVZ-USP usa células-tronco para tratar lesão de coluna em cães

Duas teses em andamento na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP utilizam injeções de células-tronco em cães com lesões crônicas de coluna lombar e com restrições de movimento. A iniciativa, aliada à fisioterapia pós-operatório, já apresenta resultados promissores: alguns dos animais que receberam injeções de células-tronco voltaram a apresentar movimentos.

As pesquisas são realizadas pelos médicos veterinários Carlos Alberto Palmeira Sarmento e Matheus Levi Tajra Feitosa no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Terapia Celular (INCTC), com colaboração do Hemocentro de Ribeirão Preto. Sarmento trabalha com células-tronco extraídas de medula óssea fetal canina proveniente de campanhas de castração. Já Feitosa utiliza células-tronco obtidas da polpa de dente de leite de crianças.

“Analiso os resultados do meu trabalho com bastante otimismo, apesar de saber que é necessário um trabalho de fisioterapia contínuo. Mas acredito que com essa e outras pesquisas, os estudos envolvendo células-tronco possam apresentar resultados cada vez melhores”, aponta Sarmento, que é bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes). A pesquisa é orientada pela professora Maria Angélica Miglino, da FMVZ, e deve ser defendida em 2012.

“Apesar de promissores, os resultados são fruto de pesquisas em animais e, até se chegar a terapias válidas para seres humanos, ainda teremos um longo caminho pela frente. Por isso, não podem ser encarados como uma possível cura para humanos com lesões medulares”, ressalta Feitosa, lembrando da importância da realização de outras pesquisas na área. O pesquisador é bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O professor Carlos Eduardo Ambrósio, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga, é o orientador da pesquisa, que tem defesa prevista para o final de 2011.

Os dois pesquisadores realizaram os testes em cães considerados “desenganados” pela medicina veterinária. Eles apresentavam lesões crônicas de coluna há anos ou vários meses, tinham graves dificuldades motoras, como perda severa de sensibilidade nas patas traseiras, já haviam passado por cirurgia para corrigir a lesão sem resultados satisfatórios, ou estavam passando por tratamentos alternativos como acupuntura e fisioterapia sem apresentar melhora no quadro clínico.

Um dos diferenciais do projeto, de acordo com os pesquisadores, é que a solução de células-tronco é injetada tanto no local exato da lesão da coluna lombar como também um pouco antes e um pouco depois do lugar lesionado. Um exame de ressonância magnética fornece um diagnóstico preciso do local exato da lesão. Após a cirurgia, os animais continuam fazendo fisioterapia cerca de três vezes por semana em sessões de aproximadamente 1h30, durante três meses, com a finalidade de estimular a musculatura que estava atrofiada.

Fonte: O Repórter (acessado em 15/08/2011)

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