Clima favorece lavouras em fase de colheita, mas
pode atrasar desenvolvimento da próxima safra
Uma massa de ar polar
de grandes proporções chegou ao Brasil na semana passada e derrubou a
temperatura em todo o País.
São Paulo
menor registrada no ano, chegando a 6 graus na quarta-feira, em praticamente
todo o Estado. Como estes valores foram medidos em estações meteorológicas, estima-se
que na relva a temperatura tenha se aproximado de zero. Apesar disso, não
ocorreram geadas capazes de prejudicar as lavouras em fase de crescimento e
produção.
Nos canaviais, a seca contribui para elevar a concentração de sacarose no
colmo e o rendimento industrial, o que pode favorecer as lavouras com
colheita prevista para este mês. Nas áreas que serão colhidas apenas na
próxima safra, o frio atrasa o desenvolvimento, mas não compromete a
produtividade.
A chegada do frio agitou o mercado do boi, com a possibilidade de aumento na
oferta de animais no mercado. Como a previsão de geada não se concretizou, a
oferta variou pouco, e houve leve queda na cotação da arroba do boi.
A expectativa também foi grande para o mercado do café por causa do risco de
geada. Apesar de não haver danos generalizados nos cafezais do Estado, o frio
já foi suficiente para diminuir a pressão de baixa sobre os preços do café.
Nas lavouras de milho safrinha que ficam nas baixadas de Itapeva, Capão
Bonito, Cândido Mota, Assis e Florínea, a geada
reduziu ainda mais a expectativa de produtividade, já que a seca de abril e
maio havia afetado o desenvolvimento das lavouras.
SAFRA DE INVERNO
A despeito do frio, a colheita da mandioca foi retomada em ritmo forte após
os atrasos registrados na semana passada por causa da chuva. O aumento no
volume de raiz oferecido no mercado, entretanto, baixou os preços do produto.
A queda na temperatura também esfriou o mercado da laranja in natura,
diminuindo a comercialização da tangerina poncã, que
vem sendo colhida com boa eficiência nos pomares de Getulina
e Marília.
O tempo não afetou a colheita do morango em Atibaia, Jarinu,
Monte Alegre do Sul e Mogi das Cruzes, onde os produtores aproveitam os bons
preços nesta safra.
Fonte: Estado de S. Paulo, 10/06/2009