Ibama usa DNA para provar que carne apreendida era de animal silvestre

Levou quase um ano, da ocorrência à autuação do infrator, mas uma coisa é certa: os fiscais do Escritório Regional do Ibama de Canarana e da Gerência de Barra do Garças, no Mato Grosso, não vão mais comprar gato por lebre. Em junho de 2010 eles encontraram mantas de carne secando ao Sol em uma propriedade rural do município de Querência. Havia indicativos de que ela era de um animal silvestre, mas o proprietário afirmou veementemente que era de porco. Também foram encontrados fragmentos das asas de uma ave. Por isso, amostras do material foram encaminhadas ao Laboratório de Biologia da Conservação (LaBiC) da Unesp de Rio Claro, em São Paulo.

No laboratório, foi extraído o DNA das amostras e realizado o sequenciamento de uma porção do gene citocromo b, presente no genoma mitocondrial, um procedimento comumente utilizado em genética forense para a resolução de diversos crimes.

As sequências de DNA obtidas das amostras foram comparadas com sequências do mesmo gene de diversos animais. A análise indicou que as amostras de carne pertenciam a uma capivara e os fragmentos de asas pertenciam a um aracuã-do-pantanal. Resultado: após receber o laudo genético, a equipe de fiscalização retornou ao local e autuou o infrator.

Esse não foi o primeiro caso de crime ambiental solucionado com utilização de análise genética pelo Escritório Regional do Ibama de Canarana. Em 2008, foi apreendida uma porção de carne com fortes indícios de ser de animal silvestre. Após receber uma denúncia, uma equipe de fiscalização esteve na casa do infrator com um oficial de justiça.

Ao notar a presença dos fiscais, a esposa do infrator jogou pela janela dois quilos de carne moída com toucinho de porco. Quando a carne foi encontrada pelos agentes, a mãe do infrator afirmou que a carne poderia ser de anta e, por isso, jogaram fora. A carne foi aprendida e o infrator autuado. Mesmo assim, foram encaminhadas amostras para ao LaBiC, onde se confirmou que a carne era mesmo de anta e o laudo foi anexado ao processo.

Além de solucionar o caso, o trabalho também resultou em um artigo científico publicado na revista Conservation Genetics Resources.

Fonte: EPTV (acessado em 16/03/11)

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